Alguns clubes da série B da III Divisão nacional exigiram à Federação Portuguesa de Futebol «o levantamento imediato da suspensão da competição» que estão a ser sujeitos. A revelação é feita pelo presidente do Padroense Futebol Clube, uma das instituições prejudicadas com a paragem de campeonato motivada por suspeitas de corrupção.
Germano Pinho, o responsável que aceitou prestar declarações à Lusa, disse esta quarta-feira que a paragem de campeonato causa «graves prejuízos financeiros aos clubes», rondando os «10 a 15 por cento das receitas anuais» e ameaçou pedir «reparações» à FPF no âmbito dos referidos prejuízos.
Esta terça-feira, doze dos treze clubes da competição reuniram-se para dar uma solução ao campeonato. O resultado do encontro é apresentado com um «profundo repúdio pela demora na resolução dos assuntos pendentes no Conselho de Disciplina da FPF.»

O presidente do Padroense explicou que os jogos em causa são o Vila Real-Oliveirense e o Serzedelo-Coimbrões, envolto numa alegada tentativa de suborno, e lamenta que também os inocentes paguem por um crime que não cometeram: «Se algum clube prevaricou, castiguem esse clube, mas não castiguem todos os outros por causa disso», pediu o representante dos clubes, avançando com o agendamento de nova reunião caso não haja «soluções nos próximos dez dias.»
A série B sofrerá um atraso por causa da suspensão e Germano Pinho não aceita «o desrespeito» pelos «interesses» dos mais pequenos. «Os clubes não têm estrutura profissional e, embora haja um ou outro jogador profissional, a generalidade dos jogadores, seguramente mais de 90 por cento, ou trabalham noutra profissão ou são estudantes», o que dificulta uma solução consensual para evitar um atraso maior no final da época.
Germano Pinho aproveitou ainda para criticar a Federação por falta de apoio e agradecer o mesmo prestado por parte das Associações de Futebol envolvidas na série B.