«Iker Casillas. Capitão e Lenda». Assim chamou La Liga ao evento que decorreu hoje em Madrid e no qual o guarda-redes do FC Porto foi homenageado pela longa carreira e pelos mais de 1.000 jogos que já cumpriu como profissional.

À margem do evento, o espanhol comentou vários assuntos da atualidade desportiva e afirmou não guardar ressentimentos quanto à despedida que teve no Real Madrid, clube que representou durante mais de duas décadas, até quando comparada com aquela que o Barcelona prestou, recentemente, a Iniesta.

«Fico muito contente pelos meus companheiros e pelas suas despedidas. A minha situação foi aquela, mas certamente que no futuro haverá uma reconciliação e não haverá nenhum problema», declarou, citado pelo jornal As, sublinhando que continua «a jogar futebol e feliz».

E voltaria ao clube?, insistiram os jornalistas. «É normal que continuem a associar-me a um clube aonde passei tanto tempo e me viram a crescer. Voltar? Seguramente que sim. Como dizes que não ao [Real] Madrid?»

Já sobre o seu ingresso no FC Porto, Casillas assume que «o início foi duro». «Tudo tem o seu caminho e custou-me a assimilar, mas [esta época] conseguimos algo muito grande para o clube, que foi o campeonato. Fizemos um ano muito bom», classificou.

E nem a polémica que viveu a meio da época foi relegado para o banco por Sérgio Conceição ficou fora da conversa com os jornalistas espanhóis.

«Há que ter algum desafio e superá-lo. Com a minha idade também é bom porque gosto de competir», garantiu Casillas, reforçando que acabou a época «contente por ter persistido», deixando elogios ao técnico portista pelo meio.

«Sempre tive uma relação direta com ele, é quase da minha casa. Tem um carácter forte e tirou um grande rendimento», defende.

Já quanto à fase final do Mundial que começa no próximo mês na Rússia, Casillas brinca com a não convocatória de Lopetegui, notando que vai viver a competição de outra forma, neste caso, como comentador. «Como o Julen [Lopetegui] não se lembrou de mim, vou ver como se vive um Mundial de fora.»

E olhando para os candidatos, o ex-capitão da «Roja» aponta a Espanha como principal candidato, ainda que elenque um lote de outros cinco convocados incluindo… Portugal.

«A Alemanha é uma seleção que tem feito muito bem as coisas nas fases finais. Mas também podemos incluir a França, finalista do Euro. E seria uma falta de respeito menosprezar a Argentina de Messi, Portugal de Cristiano Ronaldo ou o Brasil de Neymar», analisou o guarda-redes.

Cristiano Ronaldo foi ainda tema de conversa por dois momentos, primeiro quando Casillas o elegeu como o melhor avançado com quem jogou - «ele supera-se sempre, é uma coisa de loucos» - mas a antiga estrela do Real Madrid não se escusou a comentar as palavras do astro luso após a conquista da Liga dos Campeões.

«Tal como Di Stéfano foi a bandeira do Real Madrid de outra época, agora é o Cristiano que vai estar ao mesmo nível. Conheço-o e é muito competitivo. Eu não o trocaria por ninguém, nem sequer pelo Neymar. Para mim, o Cristiano é o Real Madrid.»

artigo atualizado: hora original 20:02, 30-05-2018