O Torneio de Viareggio deste ano está a dar muito que falar. E não somente por ser uma prova onde se pode ver futuros craques do futebol Mundial. É que alguns miúdos estão a dar água pela barba à organização italiana. Os argentinos portaram-se pessimamente e foram parar à esquadra da polícia; a seis senegaleses, pelo contrário, ninguém mais pôs a vista em cima.
Vamos então por partes. E comecemos pelo jogo entre os italianos do Génova e os argentinos do Real Arroyo Seco; se é que de «jogo» se pode falar... Quando a equipa da casa vencia por 2-1, o árbitro Cornero di Milano decidiu terminar a partida aos 68 minutos depois de ter expulsado o quinto jogador dos sul-americanos.
O mau feitio argentino não conseguiu ser aplacado mesmo com o apito final antes do que estava previsto e ainda aconteceu pior. Um jogador do Real Arroyo Seco agrediu o árbitro a soco. Os italianos não se ficaram pelas medidas desportivas e toda a equipa argentina foi parar à esquadra da polícia para identificação e o agressor viu mesmo o seu passaporte confiscado.
Já na véspera, foram os senegaleses do Camberene a dar que falar. Seis jogadores desapareceram sem deixar rasto e «falar» sobre o seu paradeiro é o que conseguiram até agora os responsáveis do clube. Dos dois menores e dos quatro jovens entre os 18 e 19 anos nada mais se soube desde que se deu pela sua falta - a excepção é a única «pista» até agora revelada, a de que um dos menores foi visto a deixar o hotel onde estava a equipa senegalesa num carro.
Também por isto, a primeira possibilidade adiantada é a de que os seis jovens fugiram para juntar-se a familiares senegaleses que já vivem nas cidades de Pescara, Messina e Bergamo. Até porque, esta situação já tinha sido equacionada. O Torneio de Viareggio já conheceu situações idênticas com jovens camaroneses e os responsáveis do Camberene trataram de guardar os passaportes dos jogadores assim que entraram em Itália.
Mas nem isso foi suficiente para travar as intenções dos fugitivos. E, agora, o treinador do clube pede que os jogadores regressem com promessas de que o «El Dorado» está de facto no sítio de onde eles fugiram. «Voltem. À volta de muitos de vós existe o interesse de grandes clubes», apelou o italiano Paolo Berrettini.