Régis Pitbull, antigo futebolista brasileiro que em Portugal chegou a passar pelo Marítimo em 1996/97, deu um testemunho sobre a adição ao crack, um tipo de droga feita de cocaína.

O ex-futebolista, agora com 43 anos, assumiu estar a atravessar tempos difíceis, mas garantiu estar empenhado em derrotar o vício que começou a manifestar-se com maior intensidade após deixar os relvados há quase dez anos.

«Rodei pelo Brasil atrás da bola, do Rio Grande do Sul ao Amazonas. Mas vinha toda a gente para cima de mim, pedir dinheiro achando que eu estava rico. Enchi o saco de jogar à bola e resolvi aposentar-me. E aí a parada ficou séria. (...) Maconha eu fumava desde sempre. Cocaína experimentei, mas não gostei. Quando eu parei de jogar, sozinho no meu apartamento, passava o dia todo a usar crack», disse num testemunho recolhido pelo site brasileiro UOL e mantido integralmente na primeira pessoa, em forma de testemunho.

Régis Pitbull assume uma vida cheia de erros. «Já quis bater num jogador que me fez uma entrada violenta no treino (mas o safado tinha de apanhar mesmo). Já atropelei uns cavalos e só não morri esmagado por eles porque o meu carro era blindado. Caí duas vezes no antidoping por maconha, fiquei perto de ser banido do desporto. O futebol deu-me tudo, a droga tirou quase tudo e agora eu estou aqui.»

O antigo jogador diz estar em recuperação, embora ainda não tenha cortado integralmente com as drogas. E deixa um aviso: «Se eu te pedir dinheiro e disser que não vou usar, isso vai ser mentira. E eu não minto. Um cara que usa drogas e diz que não usa está mentido para ele próprio. Eu fico bem hoje com duas pedras de crack por dia, uma antes de dormir, outra depois de acordar. O que é muito menos do que eu usava há pouco tempo», refere, garantindo não ser um «coitadinho» e que não precisa da pena de ninguém nem que se arrepende do que fez e do que é. «Você pergunta-me o que eu sou. Sou um adicto em recuperação. Mas também sou mais do que isso. Esta é a minha história.»