Quem não se lembra do célebre «tá mal Arããããããão» de Jorge Jesus no primeiro jogo-treino do técnico português pelo Flamengo em junho de 2019?

Esse episódio permitiu aos brasileiros conhecerem rapidamente uma das facetas de Jesus: a da exigência máxima que, como o próprio chegou a dizer, ajudou transformar Willian Arão, até à data visto por uma falange considerável de adeptos do Flamengo como uma espécie de patinho feio.

Com Paulo Sousa, o médio e defesa da equipa carioca também não tem tido, aparentemente, vida facilitada. O novo treinador do Flamengo olha para ele como alguém preponderante para um bom início do processo de construção da equipa e, por isso, não poupa nos ralhetes sempre que acha necessário, com se viu nesta quarta-feira no jogo o Palmeiras.

«Hoje, o meu colega [Abel Ferreira] procurou diminuir tempos de tomada de decisão sempre que houvesse uma circulação para o lado direito, para o Arão. O Arão melhorou bastante na segunda parte. Na primeira custou-lhe [lidar com a pressão dos homens da frente do Palmeiras]. O seu posicionamento deveria ser melhor antes de receber para poder, na circulação, ter capacidade para orientar o jogo para a frente e superar essa pressão. Ao intervalo foi corrigido, melhorou bastante na segunda parte e deu verticalidade ao nosso jogo. Estou muito satisfeito», explicou Paulo Sousa na conferência de imprensa após o jogo.

Esta não foi a primeira vez que se viu Paulo Sousa a corrigir energicamente Arão durante um jogo. No duelo anterior, diante do São Paulo, o treinador português também foi apanhado a «dar nas orelhas» do jogador.

Ainda assim, nada que bons resultados ou até mesmo um simples abraço no final de um jogo não resolvam, como foi testemunha no centro do relvado do Maracanã.