Enquanto o Presidente da República do Brasil discursava na ONU na condição de único não vacinado presente no evento realizado em Nova Iorque, um clube da Série D do país despedia um médico por este ter exigido a vacina contra a covid-19 ao treinador da equipa. 

É o universo bolsonarista. Se a Ciência o comprova, a irracionalidade pulsa. Vamos ao caso ocorrido no Caxias. 

Rafael Lessa, médico do clube, lamentou publicamente que o treinador Rafael Jacques recusasse ser vacinado. Isto, mesmo depois do técnico ter estado cinco dias internado em agosto, devido a complicações provocadas pela infeção da covid-19. Nem assim. 

Jacques voltou ao trabalho, não cumpriu um período de quarentena - sugerido pelo médico - e foi confrontado com as afirmações do clínico. O que fez? Reuniu com o presidente e exigiu o afastamento de Rafael Lessa do acompanhamento do plantel profissional. É essa a versão do médico. 

«Fui informado pelo presidente (...) que foi exigido pelo gerente de futebol e pelo técnico, Rafael Jacques, que eu não realizasse mais jogos pelo clube. Na verdade, nas palavras do Paulo César [presidente], foi dito isto: 'Eles chamaram-me ao quarto do hotel, viram o seu comunicado com a exigência da vacinação e disseram-me que não querem que você faça mais jogos.»

Rafael Lessa foi demitido do cargo de médico do clube. Rafael Jacques foi confrontado pelos jornalistas sobre a recusa em ser vacinado e respondeu com o único argumento possível, como pode ver no vídeo.

«Próxima [pergunta].»