As primeiras eleições democráticas em 36 anos para eleger um presidente para a Federação da Argentina resultaram num rotundo fracasso e em polémica na última madrugada. Na corrida estavam o presidente interino Luis Segura e o empresário e figura televisiva Marcelo Tinelli. O resultado deu um empate com 38 votos para cada lado. O problema é que o universo das associações votantes era de 75: havia um voto a mais.

Um enorme embaraço para um processo que se pretendia «limpo», «transparente» e «democrático» depois do escândalo FIFA ter abalado os alicerces do futebol sul-americano, particularmente o argentino, com José Luis Meiszner e Eduardo Deluca, atual e antigo secretários gerais da Confederação sul-americana de futebol (Conmebol), a constarem na mais recente lista de implicados no escândalo FIFA.
  Luis Segura assumiu a presidência da federação da Argentina em 2014 depois da morte de Julio Grondona que comandava o organismo desde 1979. Grondona era vice-presidente da FIFA e assumido aliado de Joseph Blatter, além de ser muito próximo de Nicolás Leoz, dirigente paraguaio que também está entre os acusados no escândalo FIFA. Tanto Luis Segura como Marcelo Tinelli apresentaram candidaturas que visavam romper com o «regime grondonista».

O atual presidente interino não escondeu o «embaraço» com o resultado das eleições e, em conferência de imprensa, sugeriu mesmo uma aliança como adversário no polémico ato eleitoral. «Vamos marcar novas eleições se for necessário, mas temos de seguir no mesmo caminho, talvez este erro tenha sido uma mensagem para todos nós assumirmos uma única via. Se não resultar, marcamos novas eleições. Assim, é um embaraço», atirou Segura em conferência de imprensa, depois de várias recontagens dos votos.

 

«O que aconteceu hoje foi um ato democrático que, lamentavelmente, não correu bem. Vamos procurar um consenso», referiu Tinelli, aceitando o repto lançado por Segura.
 


Os dois candidatos concordaram, assim, marcar um compasso de espera, antes de marcar novo ato eleitoral, para estudar a possibilidade de apresentarem uma lista conjunta de forma a não haver novo «embaraço» eleitoral.