O Santa Clara foi multado em 1.403 euros (mais 306 euros de custas processuais) por falta de colaboração com a justiça desportiva.

O Conselho de Disciplina instaurou um processo de inquérito após o Santa Clara-Sporting (24 de outubro de 2020), tendo a 9 de novembro solicitado ao clube açoriano o envio das imagens do sistema de videovigilância desde o início até ao fim do jogo num prazo de dois dias.

O clube açoriano não enviou as imagens, o que deu origem à instauração de um processo disciplinar ao Santa Clara por eventual falta de colaboração com a justiça desportiva, tendo Diogo Boa Alma, vogal do Conselho de Administração, sido ouvido em sede de inquérito.

Segundo o responsável do clube de São Miguel, as imagens não foram inicialmente enviada primeiro devido a uma falha de comunicação e, depois, porque já não conseguiram recuperar as imagens.

«Questionado quem é que no clube é responsável por dar resposta a estes assuntos - remessa das imagens solicitadas - referiu o depoente que neste caso, uma vez que a notificação foi enviada para várias pessoas (para o próprio, para o Team Manager, Marco Santos, para o email geral do clube, para o Director de Segurança, Pedro Rego, entre outros), e como normalmente a resposta a processos disciplinares é tratada pelo Team Manager, acharam que teria sido tratada. Por sua vez, o Team Manager, por se tratarem de imagens de videovigilância, achou que o Director de Segurança trataria do assunto. Este, por outro lado, porque o estádio é propriedade do Governo Regional dos Açores e as imagens teriam de ser solicitadas junto da Secretaria Regional do Desporto pensou que esse pedido seria feito pela pessoa que normalmente estabelece os contactos com a Secretaria Regional, nomeadamente o Emanuel Melo, Director de Comunicação ou o Team Manager, Marco Santos. Concluindo que, por essas razões, o assunto (envio das imagens solicitadas) ficou em terra de ninguém, ficando, assim, por tratar», pode ler-se no acórdão.

As imagens não foram enviadas em tempo útil nessa altura devido, ao que parece, a uma falha de comunicação, não tendo sido enviadas depois porque, alegou Diogo Boa Alma, quando tiveram conhecimento do processo e tentaram recuperar as imagens já não conseguiram. «Foram informados pela Secretaria Regional do Desporto, nomeadamente pelo Seviço de Desporto de S. Miguel, responsáveis pelas instalações desportivas, que já não as tinham, pois as imagens apenas ficam guardadas pelo período de três meses.»

O Conselho de Disciplina da FPF, que qualifica de grave a infração disciplinar, considerou que as justificações dadas pelo Santa Clara foram insuficientes e o clube açoriano atuou com dolo.