O insólito aconteceu quando na sequência da volta de aquecimento as sete formações equipadas com pneus Michelin recolherem às boxes. Ficaram por isso em pista apenas os carros calçados pela Bridgestone (a Ferrari, a Jordan, de Tiago Monteiro, e a Minardi). As restantes - Toyota, Renault, McLaren, Williams, BAR-Honda, Sauber e Red Bull-Cosworth - recusaram-se a correr o circuito de Indianapolis.
Na origem desta posição de força esteve a recusa da Federação Internacional de Automobilismo em improvisar uma chicana entre as curvas doze e treze do traçado, chicana essa que diminuiria a velocidade naquela que é considerada a curva mais rápida de todos os circuitos do Mundial de Fórmula 1, onde as altas velocidades causavam problemas nos pneus traseiros esquerdos Michelin, os quais não durariam mais de dez voltas.
Considerando, dessa forma, que não havia condições de segurança, os catorze pilotos das equipas calçadas com pneus da marca francesa resolveram não entrar na corrida. «Quero pedir desculpas a todo a gente, e sobretudo ao público americano, mas não tínhamos outra escolha», referiu a propósito Fernando Alonso, o líder do Mundial. As queixas surgiram na sequência de um acidente ocorrido na sexta-feira com o Toyota de Ralf Schumacher, um acidente que motivou uma investigação da Michelin aos pneus, e os resultados não se mostraram positivos.
No sábado, a Michelin solicitou a troca de pneus, considerando a medida de carácter excepcional, mas a Federação recusou refugiando-se nas regras da Fórmula 1 que proíbem as trocas de pneus entre os treinos de qualificação e a corrida. A solução passou assim pela chicana já referida, mas a Federação voltou a recusar a proposta apresentada pela Michelin, e os catorze pilotos saíram mesmo de corrida. O que deixou o público americano muito frustrado. Grande parte dos espectadores abandonou as bancadas logo que foi dada a partida e muito outros atiraram objectos para dentro do circuito.