José Mourinho diz que amadureceu e que isso lhe permite transmitir serenidade aos jogadores. Em entrevista à revista «France Football», O técnico falou ainda sobre a competitividade da Premier League e da necessidade que a equipa tinha em ter um jogador como Ibrahimovic.

«É preciso adaptar-se à realidade do clube, das exigências e necessidades. A isso chama-se ser inteligente. A prioridade é estabelecer relações de paz e amor num grupo de trabalho, criar estabilidade», disse o técnico português do Manchester United.

«O Manchester já não tem aquelas super-personalidades como Giggs, Scholes ou Roy Keane. Ainda tem Rooney e Carrick, que são os últimos rostos dessa geração, e novos jogadores que têm que se adaptar. Por isso é que foi importante para mim que Zlatan viesse. Ele tem a personalidade e o perfil para ser mais do que um simples jogador», frisou.

Apesar de já ter tido problemas disciplinares em vários encontros esta época, o técnico diz que consegue transmitir mais calma à equipa.

«O Mourinho homem tenta ser o oposto do treinador. Tenta ser mais discreto, mais calmo, já consegue desligar», diz o técnico. «Já consigo ir para casa e não pensar em futebol. No início da minha carreira não conseguia, estava ligado 24 horas por dia. Tive que encontrar uma forma de maturidade», adiantou.

«Amadureci, estou mais tranquilo. Uma vitória já não representa a lua e uma derrota não é o inferno. Consigo transmitir esta serenidade aos que trabalham comigo, aos meus jogadores, com as mesmas ambições de antes, o mesmo envolvimento, o mesmo profissionalismo, mas com maior controlo das minhas emoções», garantiu.

Mourinho falou ainda sobre a competitividade da Premier League. «Em Inglaterra os clubes são tão poderosos em termos financeiros que que o mercado está aberto a todos. Vejam o exemplo do Bayern na Alemanha. Sabem quando é que eles começam a ganhar o título todos os anos? Quando no verão compram o melhor jogador do Borussia Dortmund. Mario Gotze, depois Robert Lewandowski no ano seguinte, e Mats Hummels na época passada».

«Eu chego a uma clube com tanta história e prestigio, mas que não pode continuar a fazer as coisas da forma como fazia. Nenhum clube em Inglaterra, seja o Manchester United, Liverpool, Manchester City, consegue dominar sempre. O poder está dividido. Tudo está mais difícil».