Kevin de Bruyne está no topo do futebol mundial depois de ter sido figura de destaque no Manchester City de Pep Guardiola e agora da seleção belga no Euro2020. Uma ascensão que reacendeu a polémica saída do internacional belga do Chelsea na segunda passagem de José Mourinho pelo clube londrino, em 2013/14, ao ponto de levar o treinador português a voltar a justificar a saída do talentoso jogador, então com 23 anos, para o Wolfsburgo por apenas 18 milhões de euros.

«O Kevin é um jogador incrível e nesta altura é um dos melhores jogadores do mundo, sobre isso não há dúvida. A minha história com o Kevin foi muito divertida e, no final, acabou por correr bem para ele. Quando cheguei pela segunda vez ao Chelsea fomos para a Ásia para fazer uns jogos e treinar. Era suposto o Kevin vir connosco, mas depois da digressão deveria ser cedido», começou por contextualizar o novo treinador da Roma no seu papel de comentador da talkSPORT no Euro2020.

No entanto, os jogos na Ásia levaram Mourinho a mudar de ideias. «Impressionou-me tanto que tomei uma decisão. Não quero que este miúdo seja emprestado, quero que fique e no nosso primeiro jogo na Premier League foi titular contra o Hull City. Mas no segundo fomos a Old Trafford e ele não jogou. Depois disto, veio ter comigo e disse-me: “Quero jogar todos os jogos, todos os minutos”. Um miúdo que deveria ter sido emprestado e nem estava feliz por poder ficar e crescer ali», prosseguiu.

Mourinho garante que foi De Bruyne que pressionou o Chelsea para o deixar sair e não o treinador que o dispensou. «Pressionou muito para sair, queria ir para a Alemanha, onde já tinha jogado (emprestado ao Werder Bremen) e queria crescer na Bundesliga. Não fui eu que o vendi, foi ele que fez uma grande pressão e acabou por conseguir o que queria. O Chelsea acabou por vendê-lo, a história foi essa», destacou Mourinho, acrescentando que De Bruyne «não era um miúdo fácil», no sentido em que «não era muito fácil comunicar com ele».

Além disso, Mourinho recorda que De Bruyne era ainda muito jovem. «Não estava preparado para isso, vinha de uma temporada na Alemanha onde jogou basicamente todos os minutos de todos os jogos. Às vezes, nós treinadores, cometemos erros e não consideramos o potencial que os jogadores podem vir a ter no futuro, mas não foi esse o caso do Kevin. Ele sabia perfeitamente o que queria», destacou ainda.