Depois de 11 anos com a camisola do Manchester City, chegou a hora de Vincent Kompany dizer adeus, e o defesa belga de 33 anos usou as redes sociais para se despedir.

Numa carta aberta aos adeptos publicada no Facebook, Kompany mostrou-se emocionado com a partida.

«Chegamos ao fim de uma época incrível. Foi a minha 11.ª como Blue. E nem acredito que estou a escrever isto, mas… foi a minha última como azul», começa por dizer o jogador.

«Imaginei este dia inúmeras vezes, já que sinto o fim próximo há vários anos. Mas ainda não me parece real. O Manchester City deu-me tudo e tentei dar de voltar tudo o que consegui. Quantas vezes se consegue um fim assim para um capítulo tão importante a representar um clube com tanta história?», continua a carta de Kompany.

«A hora de ir embora chegou. E, por mais esmagador que seja, só sinto gratidão. Estou grato a todos os que me apoiaram numa viagem especial num clube muito especial».

«Lembro-me do primeiro dia tão claramente como do último», diz ainda Kompany, que agradece depois o «carinho sem limites» que recebeu das pessoas de Manchester e o apoio dos adeptos que se lhe «mantiveram leais nos bons e especialmente nos maus momentos».

«Contra todas as probabilidades sempre me apoiaram e inspiraram a nunca desistir», acrescenta.

Kompany agradece depois ao presidente, Sheikh Mansour. «Mudou a minha vida e de todos os fãs do City pelo mundo, e, por isso, estou eternamento grato».

Os agradecimentos são depois para o diretor-geral do clube, Khaldoon Al Mubarak, e para os companheiros de equipa.

«É um cliché dizer, mas também é verdade. Sem os meus companheiros nunca estaria aqui hoje. Lutámos muitas batalhas juntos. Lado a lado. Nos bons e maus momentos. A todos vocês, da equipa de 2008-2009 à que hoje venceu o ‘treble’ doméstico: adoro-vos».

E «uma palava especial para Pep [Guardiola] e para o staff» do clube. «Vocês foram extraordinários. Acompanharam-me durante momentos muito duros, tornaram-me mais forte».

Kompany deixou depois uma mensagem de agradecimento para os familiares mais próximos e confessou:

«Vivo com um único lamento. Adoraria ter levado a minha mãe Jocelyne ao Ethiad e vê-la cantar as musicas do City sentada ao lado da minha mulher e dos meus filhos. Adoraria que ela me tivesse visto feliz, a jogar o jogo de que tanto gosto, no clube de que tanto gosto. Mas, no fundo, ela esteve connosco durante todo este tempo», disse o jogador.

Kompany escreveu depois uma segunda parte da carta em que fala sobre o futuro e revela que nos próximos três anos vai ser «jogador e treinador do Anderlecht», da Bélgica, clube onde começou a carreira.

«Escolhi rebelar-me contra o que um fim quer ser. Escolho ser grato pelo passado, mas continuo ambicioso e impulsionado para o futuro», afirma o jogador.

«Isto pode surpreender-vos. É a mais apaixonada, mas racional, decisão que já tomei», disse Kompany, que adiantou: «Pep Guardiola reacendeu o meu amor pelo jogo. Testemunhei, participei, analisei, absorvi, estudei e quero partilhar esse conhecimento com as novas gerações do Anderlecht».