O relatório McLaren, que investiga o escândalo de doping na Rússia, foi tornado público esta sexta-feira. Da autoria de Richard McLaren, que dá o nome ao documento, o relatório diz haver fortes indícios de que mais de mil atletas beneficiaram de doping patrocinado pelo Estado durante quatro anos. 

De acordo com o autor, os atletas não atuaram sozinhos e faziam parte de um programa estratégico.

«Havia um encobrimento que evoluiu para uma estratégia institucional e disciplinada para a conquista de medalhas», garantiu o professor Richard McLaren, que classificou o ato como «conspiração institucional».

O autor acrescentou ainda que «durante anos, o desporto internacional foi corrompido pelos russos».

Tudo terá começado em 2011, mas o processo começou a ser aperfeiçoado apenas a partir dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Também nos Campeonatos do Mundo de atletismo de 2013 e nos Jogos de Inverno de 2014, o esquema terá sido posto em prática.

Para os Olímpicos de 2012, o documento deixa a garantia de que a Rússia agiu «numa escala sem precedentes».

«A equipa olímpica russa corrompeu os Jogos de Londres numa escala sem precedentes, cuja extensão nunca será totalmente conhecida», pode ler-se.

De referir que, nesses Jogos Olímpicos, a comitiva russa conquistou 72 medalhas, 21 das quais foram de ouro.

Este escândalo de doping valeu a grande parte dos atletas russos a proibição de participar na edição do Rio 2016.