Encostados à parede depois de derrotas no arranque em prova, Colômbia e Polónia precisavam de somar pelo menos um ponto cada para evitarem um visto precoce no passaporte.

Com magia e sinais de maturidade a fazerem lembrar as prestações no Brasil há quatro anos, os cafeteros acertaram na dose da bebida e juntaram-lhe a ela um banquete de futebol à discrição que terminou com a seleção europeia de joelhos.

A jogar num sistema de três centrais e com quatro mexidas em relação à equipa apresentada de início na derrota com os senegaleses na jornada inicial do Grupo H, a Polónia entrou em campo a pressionar, mas o ímpeto inicial esgotou-se cedo.

Depois de uns primeiros minutos comprimidos, os sul-americanos, neste domingo já com James Rodríguez em pleno e outras três novidades no onze, tiraram o espartilho e lançaram-se num assalto frenético na direção da baliza de Szczesny.

A magia de Quintero, os ziguezagueados de Cuadrado, as deambulações perigosas de Falcao na frente e a zurda de James iam pondo em sentido a Polónia, que a meio da primeira parte já mostrava falta de soluções para lidar com o virtuosismo dos sul-americanos.

Pouco criativos no processo de construção, os polacos começavam também a abanar defensivamente sempre que a Colômbia embalava em velocidade no meio-campo contrário ou a empurrava para trás enquanto circulava a bola pacientemente.

A equipa de Pekerman foi superior em todos os capítulos do jogo e justificou em pleno a vitória robusta depois de uma entrada em falso na prova diante do Japão. Mas antes da festa ainda passou por uma contrariedade: a lesão de Aguilar ao minuto 32. O abalo, que obrigou Pekerman a uma substituição forçada (entrou Uribe), acabou por não ter consequências.

Os cafeteros não só mantiveram o ascendente como o consumaram aos 40 minutos, num desvio de cabeça de Yerry Mina após um magistral trabalho de bola parada forjado a meias entre Cuadrado, Quintero e James Rodríguez que cruzou para o central do Barcelona.

Matar no melhor período polaco

A Colômbia regressou dos balneários novamente por cima, diante de uma Polónia que só a partir da entrada de Grosicki aos 58 minutos conseguiu combater uma quase completa frigidez ofensiva. Logo a seguir, Lewandowski, espartilhado na primeira parte entre os competentíssimos Yerry Mina e Davinson Sánchez, rematou isolado para grande intervenção de Ospina.

Por essa altura, os polacos iniciavam o melhor período em toda a partida. Não chegou para o bom, muito menos para o golo que recolocaria os polacos, então virtualmente fora da Rússia, de novo com um pé na prova. Num bom desenho ofensivo, o portista Juan Quintero – novamente em excelente plano tal como na partida inaugural – rasgou a esperança polaca com um passe a isolar Falcao, que atirou de trivela para o 2-0 que praticamente sentenciava o jogo ao minuto 70.

De cabeça perdida, a Polónia baixou de vez os braços e daí ao 3-0 foi mero pró-forma. Aos 75 minutos, James Rodríguez escapou pela esquerda do ataque e cruzou rasteiro para a cavalgada vitoriosa de Cuadrado, que arrancou pelo corredor central para terminar só com a bola dentro da baliza de Szczesny, companheiro de equipa na Juventus.

Nas bancadas da Kazan Arena, Valderrama e Higuita celebravam juntos a vitória de quem agora transporta o sonho que um dia lhes coube a eles alimentar.

Afinal, a Colômbia está bem e recomenda-se. Ao contrário da Polónia, a primeira seleção europeia a cair no Mundial 2018.