A viver a segunda experiência no estrangeiro consecutiva, ao serviço do Al Duhail, Luís Castro não pensa regressar a Portugal num futuro a curto prazo.

O antigo treinador do Vitória de Guimarães não se arrepende de ter saído em 2019 para o Shakhtar Donetsk e diz que não perspetiva uma «inversão na carreira».

«As coisas acontecem tão de repente. Mas não vejo uma inversão na minha carreira agora. Quando vamos para fora, depois queremos aproveitar o máximo de experiências para, quando voltarmos, voltarmos com a sensação de dever cumprido. É difícil sair, mas é um dia em que prometemos a nós mesmos que temos de voltar com a missão cumprida. Tenho de cumprir essa missão antes de voltar. É ganhar o máximo de títulos e de experiências», afirmou, citado pela Lusa.

Orador numa aula na Universidade Lusófona do Porto, Luís Castro falou ainda sobre a aventura que vive atualmente no Qatar.

«É um país virado para o Campeonato do Mundo. Vive-se todos os dias, porque se vê os estádios todos à nossa volta. Num raio de 20 quilómetros, estão seis estádios e, depois, se estendermos para mais 70 quilómetros, aparecem mais dois. Há redes de metros a serem construídas para ligações entre estádios. Toda a cidade está voltada para o futebol. Portanto, o Qatar vive muito o jogo, a modalidade», disse.

«É um país diferente, com cultura diferente, um país onde as pessoas são muito boas e aceitam o nosso conhecimento. O treinador é respeitado. Estou a gostar muito. Procurei nesta fase da carreira conquistar títulos, procuro jogar para eles de uma forma efetiva e estou como gostaria de estar», prosseguiu.

E o que se pode esperar do Mundial 2022? «Vão encontrar um paraíso. Relvados são tapetes autênticos, estádios estão a ser construídos e não estamos a jogar lá. Designaram quatro estádios e há equipas que jogam a seguir a outras. Estou habituado aos relvados de Portugal e Ucrânia, aqueles são tapetes autênticos. As condições climatéricas de humidade e temperatura são ideais. Nos estádios, podemos ter 40 graus fora e jogar a 19 ou 20 graus porque tem ar condicionado. Vai ser o melhor Mundial até hoje.»

Luís Castro analisou ainda o campeonato português: «No ano passado, estavam à espera que o Sporting caísse e agora olham a pensar: 'será que perde?'. Este ano há mais certeza. O Rúben [Amorim] fez um trabalho fantástico. O FC Porto está na continuidade do que tem feito e o Benfica, apesar de ter oscilado um bocadinho, continua colado e continua em aberto na Liga dos Campeões.»