Quinze clubes italianos votaram, esta segunda-feira, contra as alterações na Liga dos Campeões para 2024. Na assembleia da liga, apenas a Juventus, presidida por Andrea Agnelli, que é também o responsável máximo da Associação Europeia de Clubes (ECA), votou a favor da alteração de formação.

Inter de Milão, Roma, Fiorentina e Milan abstiveram-se da resolução, enquanto os 15 restantes clubes do principal campeonato transalpino manifestaram-se contra a reforma da competição.

O chumbo quase total em Itália segue-se após a recusa total, em meados de maio, dos 36 clubes profissionais da Liga Alemã (DFL) - incluindo Bayern Munique e Borussia Dortmund - que anunciaram, de forma unânime, oposição à ideia.

«O conceito atualmente debatido pela ECA não seria aceitável para as ligas nacionais da Europa e, portanto, não deveria ser implementado desta forma», referiu o diretor administrativo da DFL, Christian Seifert, em comunicado do organismo, após a reunião dos clubes germânicos, a 15 de maio último, em Offenbach.

Em França, 17 clubes também votaram contra, enquanto Paris Saint-Germain, Lyon e Marselha abstiveram-se, igualmente em reunião, a 15 de maio.

Em março, a ECA aprovou, em Assembleia Geral realizada em Amesterdão, Holanda, o projeto de renovação da Liga dos Campeões para 2024. Este assentaria, de acordo com Andrea Agnelli, em duas divisões de 16 equipas cada, com subidas e descidas de divisão e um total de quatro grupos de oito clubes cada.

Outra das ideias adiantadas seria preencher os fins de semana desportivos com a Liga dos Campeões, colocando algumas jornadas das ligas nacionais a meio da semana.

A UEFA, através do presidente, Aleksander Ceferin, demonstrara então apoio ao projeto, resguardando a oposição dos restantes clubes com a ampliação da Liga Europa, que já vai ter mudanças em 2019/2020.

Nesta altura, a Juventus junta-se a Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid como os únicos emblemas que são favoráveis à transformação.

Na última sexta-feira, em assembleia geral extraordinária da ECA, em Malta, Andrea Agnelli apontou que o processo de remodelação do futebol europeu «será demorado». «Não há nada escrito ainda, nada é seguro. Será um processo longo», notou, referindo que vários clubes chegaram a Malta com «ceticismo», dado que a mudança proposta causou divisão interna na ECA.

«O sistema atual aumenta a desigualdade financeira e competitiva existentes entre os clubes das ligas mais ricas e os restantes. Além disso, impede os clubes das restantes ligas de se estabilizarem financeiramente. Por isso defendemos uma reforma», disse ainda Agnelli, no final da última semana, dias antes de saber, esta segunda-feira, da quase total oposição dos clubes italianos ao que a ECA propõe. E que estes já não eram os únicos.