O antigo tenista ucraniano Alexandr Dolgopolov, retirado da modalidade a nível profissional há cerca de um ano, está nesta altura em Kiev, capital da Ucrânia, a defender o território do seu país.
Dolgopolov estava na Turquia quando começou a invasão russa a solo ucraniano, mas voltou nas últimas horas ao seu país e mostrou que está preparado para fazer o que for possível pela pátria.
«Quando esta guerra começou eu estava na Turquia. Cheguei lá um dia antes de tudo começar e levei a minha irmã e a minha mãe. Porquê? Porque depois de muitas informações das agências de inteligência mundiais e de muita descrença em casa, percebi que havia uma hipótese de uma grande guerra, com ataques a Kiev e a todo o país», começou por referir, esta quarta-feira, através da rede social Instagram, antes de explicar que esteve mesmo a treinar com armas para poder combater.
«Perguntei-me o que ia acontecer nos primeiros dias. Percebi que ia haver muito pânico (…). Ninguém em nenhum país livre tem dúvidas sobre a verdade e sobre quem é o agressor. Por essa altura, comecei a praticar tiro e tive a sorte de um ex-soldado profissional ter-me ajudado durante cinco a sete dias. Não me tornei no Rambo numa semana, mas estou confortável com as armas e consigo acertar três em cinco na cabeça, a uma distância de 25 metros, num ambiente de treino e calmo», escreveu, contando também como se deu o retorno à Ucrânia, de onde milhões de compatriotas, sobretudo mulheres e crianças, estão a sair.
«Enquanto praticava, organizei o meu regresso. Encontrei alguns homens que planeavam ir dos Estados Unidos para a Ucrânia. Uma vez prontos, começámos a nossa viagem. Peguei em vestes à prova de bala e o nosso exército viajou para Zagreb [Croácia], comprou todo o material necessário, monóculos termais e outras coisas. Entrei na Ucrânia pela Polónia e estou em Kiev. Vou ficar em Kiev até à nossa vitória e depois», assegurou o antigo tenista de 33 anos, que chegou a ser 13.º colocado no ranking ATP, em 2012.