Os funcionários do Progresso Sambizanga, em Luanda, estão há uma semana em greve, por tempo indeterminado, reclamando 18 meses de salários em atraso. A situação afeta supervisores, motoristas, seguranças, coordenadores de escalões de formação das várias modalidades do clube e até funcionárias de limpeza.

Por isso, há cerca de 150 trabalhadores do clube em vigília junto às instalações da sede do ex-clube de Mantorras que reclamam o pagamento dos salários e melhores condições. Neste momento, as condições são precárias, há famílias desintegradas e os filhos estão fora do sistema de ensino, além de o clube nem pagar a segurança social dos funcionários

Segundo Domingos Cristóvão da Silva, antigo jogador e atual coordenador para o futebol jovem do clube, a atual situação passou de «preocupante» para «vergonhosa». «Penso que só a direção pode justificar essas falhas. É bíblico o suor do rosto, viemos, suámos, mas o pão não vai para casa. Foram feitas muitas promessas, a direção comprometeu-se a fazer o pagamento, mas, até agora, nada», disse à Lusa, referindo que em breve a situação afetará o futebol sénior, que se encontra na terceira posição do Girabola.

«Penso que, mais dia ou menos dia, a situação também vai afetar a equipa principal, que também tem jogadores na nossa condição. Penso que, depois do jogo da próxima jornada, a equipa poderá paralisar», justificou.