Pablo Aimar saiu em defesa do amigo Javier Saviola, que ainda não marcou qualquer golo desde que regressou ao River Plate. É um «jejum» de catorze jogos e quase 800 minutos para «El Conejo».
 
«O Javier tem quase 300 golos. É impressionante aquilo que fez, é mais do que suficiente. Quem me dera ter um quarto dos golos que ele marcou», disse Aimar à rádio argentina ESPN.
 
Aimar recordou depois o momento em que decidiu penduras as chuteiras, precisamente no River Plate: «Naquela altura existiam cinco vagas para seis jogadores. Um deles estava lesionado, mas ainda assim fiquei de fora. Penso que foi um sinal claro que já não dava para continuar a insistir. Já não fazia sentido integrar um plantel que veio a tornar-se campeão da América.»
 
«El Mago» está agora a preparar o futuro, e nos últimos dias até andou pela Europa. Esteve em Lisboa, de resto, e assistiu à derrota caseira do «seu» Benfica no dérbi com o Sporting. «Na semana em que deixei de jogar entendi que tinha de preparar-me para o que viesse. Seja ligado ao futebol ou não. Ter ferramentas para a vida, aprender línguas e fazer cursos. Se não tiver a possibilidade de continuar ligado ao futebol serei aquilo que conseguir, em Córdoba», explicou.
 
Aimar assume sentir falta de «muitas coisas», agora que as chuteiras estão arrumadas. «São muitos anos a fazer o mesmo. Sinto falta de levantar-me para ir treinar. Sinto falta da rotina dos treinos, com amigos e gente boa que conheci ao longo de tantos anos. Gostava muito disso. Nos últimos tempos já não conseguia correr, jogar, ir para o campo. Do que não sinto falta é dos estádios», resumiu.
 
«Não posso dizer que tirei um pespo de cima, mas agora já não há pressão. Não é uma obrigação pois cada um decide quando tem de parar, mas naquele momento sentia a concorrência dos mais jovens e ainda me levanto a pensar que bom não ter de ir treinar», completou.
 
Aimar disse ainda que o Boca Juniors «é um justo campeão» argentino, elogiando a contratação do «melhor jogador do futebol argentino»: «Tévez está na sua plenitude e é de outro nível.»
 
Sobre os elogios que Lionel Messi já lhe dedicou várias vezes, o antigo jogador do Benfica falou em orgulho: «Quando ele diz que me via jogar quando era pequeno não pode representar outra coisa que não orgulho puro.»