Pablo Aimar jogou pela última vez em janeiro. Vestiu a camisola do Rio Cuarto, um clube sentimentalmente importante na sua carreira. No balneário, sabendo que era a última vez, tomou conta da palestra e gritou: «Esta sensação de entrar numa cancha cheia não se encontra em mais lado nenhum. Nem na noite, nem nas meninas. Desfrutem e façam-me desfrutar.» 

Aimar é um filósofo dessas mesmas canchas e agora, enquanto treinador, dissemina a sabedoria acumulada ao longo de um percurso que passou algumas épocas por Portugal e pelo Benfica. 

Numa entrevista à Marca, em Buenos Aires, Aimar fala deste novo sentimento de treinar meninos. Quer devolver-lhes a pureza e a paixão no trato da bola e retirar-lhes a pressão mediatizada. 

Mas Aimar diz mais e fala, por exemplo, de Lionel Messi. Nestes termos deliciosos: «Leo levanta-se de manhã e sabe se ganha ou não. No futebol dependes dos teus colegas, a não ser que te chames Messi. Decide nove de dez partidas e se calhar estou a ser curto. Ele decide como acabam os jogos, levanta-se e sabe se ganha ou não.»

Aimar diz que só viu um jogador igual a Messi. «Maradona, sim. Mas por um período de tempo mais curto.»

E até elogia Cristiano Ronaldo. «É uma besta, um monstro, um craque. Mas o Messi é algo diferente. Ainda assim, não me lembro de uma época em que os dois melhores do mundo são tão fáceis de identificar. Neymar vai meter-se nessa luta no futuro e também gosto muito de Griezmann e De Bruyne.»

Ler o que diz Pablo Aimar é obrigatório. E vale a pena recordar a entrevista exclusiva que deu ao Maisfutebol em 2013: «Os futebolistas vivem num mundo irreal.»