A justiça argentina abriu na sexta-feira um inquérito para determinar se houve negligência na morte de Diego Maradona, segundo noticia a agência AFP, mas fonte judicial exclui, para já, quaisquer «suspeitas de irregularidades».

«Foi aberta uma investigação porque se trata de uma pessoa que morreu em casa e não foi assinada a certidão de óbito. Isto não significa que existam suspeitas de irregularidades», disse fonte judicial à agência noticiosa francesa, sob anonimato.

O agente e advogado do antigo jogador, Matías Morla, que tornou pública na quarta-feira a morte de Maradona, aos 60 anos, denunciou que o antigo internacional não recebeu assistência médica adequada e disse que iria exigir uma «investigação até às últimas consequências».

«É inexplicável que durante doze horas o meu amigo [Maradona] não tenha tido a atenção médica que devia, em função do seu estado de saúde. A ambulância demorou mais de meia hora a chegar, o que é uma idiotice criminosa», escreveu Matías Morla na sua conta na rede social Twitter.

A mesma fonte judicial disse à AFP que nem Morla, nem qualquer elemento da família de Maradona apresentaram queixa formal, ainda que um familiar do antigo jogador tenha dito à agência noticiosa francesa que «existem irregularidades».

«É preciso determinar se fizeram o que deviam ou não. A enfermeira [que assistia Maradona em casa] fez uma declaração ao procurador no dia em que Diego morreu e depois mudou-a, para, finalmente, ir à televisão afirmar que o que declarou lhe tinha sido imposto. Portanto, existem aqui contradições», observou o mesmo familiar, também sob anonimato.

Segundo a imprensa argentina, Maradona, que treinava os argentinos do Gimnasia de La Plata, sofreu uma paragem cardíaca na sua vivenda em Tigre, na província de Buenos Aires.