O piloto britânico Lewis Hamilton criticou esta quinta-feira o espaço público dado a «vozes mais velhas» e ofensivas, como aconteceu com Nelson Piquet e Bernie Eccleston.

O brasileiro, recorde-se, teceu comentários de teor racista sobre o piloto da Mercedes, enquanto o britânico e acionista da Alpha Prema comentou a invasão russa à Ucrânia e afirmou que «receberia uma bala por Putin».

«A discriminação é algo a que não devemos dar uma plataforma. Precisamos de pessoas que unam as outras pessoas. Somos todos iguais e os comentários que temos visto não são úteis», começou por dizer Hamilton sobre Piquet, citado pela BBC.

O britânico criticou ainda a ITV, televisão responsável pelo Good Morning Britain, o programa onde Eccleston, que já costuma proferir declarações polémicas, defendeu Putin.

«É preciso haver alguma responsabilidade. Já sabes o que vais ter [quando convidas Ecclestone]. Eu não sei qual é o objetivo deles [da emissora]. Ouvir alguém que acredita na guerra, no deslocamento de milhões de pessoas e na morte de milhares de pessoas... Apoiam a pessoa que está a fazer isto. Ainda não acredito que foi isso que ouvi hoje», vincou.

«Com isto vamos retroceder décadas. Não podemos apoiar isto. Há muitas pessoas por aí que querem ser positivas. Se eles não são positivos, não lhes podemos dar espaço. Não podemos mais amplificar essas vozes que estão a criar essa divisão.»

Hamilton não se ficou por aqui e deixou ainda um recado ao tricampeão mundial da Fórmula 1, Jackie Stewart, que sugeriu ao piloto britânico que entrasse na reforma.

«Nas últimas duas semanas, acho que não passou um dia sem que uma dessas pessoas dissesse coisas negativas ou me tentasse derrubar. Sempre tentei seguir o caminho certo e ser respeitador. Por que damos uma plataforma a esta gente? Eles, claramente, não estão dispostos a mudar e esses tons de discriminação e micro-agressões no mundo de hoje não são úteis, estão a criar mais divisão», reforçou.