Jaume Llopis, membro da Comissão Espai Barça que apresentou a demissão no domingo, na sequência da saída do futebolista Lionel Messi dos catalães, criticou esta segunda-feira a gestão do processo do jogador, afirmando que «não houve vontade real» em negociar a continuidade do argentino.

«Messi disse: “não sei se o clube fez tudo o que podia fazer”. Faltavam 25 dias e acredito que não se fez tudo o que podia ter sido feito. Não houve vontade real de negociar a continuidade de Messi», disse Llopis, em declarações esta manhã no programa Què T’hi Jugues, da rádio SER Catalunya.

Llopis, até agora membro da comissão que gere o projeto que torneia o complexo desportivo do Barcelona, defendeu que se trataria de «uma questão de aligeirar a massa salarial com alguém que pudesse fazê-lo».

«Com a saída de Messi aligeira-se a massa salarial a curto prazo, mas há muitos jogadores, diretores e pessoal que sobra. Podiam ter sido feitas muitas coisas drásticas que não foram feitas», apontou, acrescentando que o clube não se atreveu a uma solução, que seria a rescisão de grandes contratos.

«Se rescindes um contrato, sabes que vais ter de pagá-lo, mas falaríamos disso nos tribunais daqui a dois ou três anos. Com isso, já dás uma imagem de que aqui não se está com meias medidas», expressou, apontando como principal crítica, sobre a saída de Messi, que «se fez mal no quê e no como».

«Notou-se na frieza do jogador com o presidente. Não se disse a verdade, queremos saber que trama há com Florentino Pérez [ndr: presidente do Real Madrid] por parte de Laporta. O tema da Superliga é de um grande projeto, mas incerto. Não se entende que, enquanto os adeptos do Barcelona choravam a saída do Leo, o Laporta estava a comer uma mariscada com o presidente do Real Madrid. Há que cuidar a imagem», criticou, notando ainda que Laporta não lhe respondeu à demissão e que, quem o fez, foi o irmão deste «e de má maneira», com insultos «numa mensagem de voz que apagou».