O Flamengo tem estado envolvido num braço de ferro com as autoridades do Rio de Janeiro devido ao regresso aos treinos numa altura em que o país lida com a pandemia da covid-19. Depois de ter voltado ao trabalho individual de relvado uma semana antes de a Prefeitura do Rio ter dado autorização, o clube de Jorge Jesus pede agora, em comunicado, que seja dado o aval aos treinos coletivos, já que não vê na legislação nada que o impeça.

«O Flamengo está seguro quanto às atividades realizadas no seu Cento de Treinos, visto que, além de não ter infringido qualquer ordenamento legal, estabeleceu, ainda, um rígido protocolo de segurança e de caráter sanitário, que está a ser rigorosamente seguido por todos os profissionais que estão a trabalhar no local, a fim de se evitar o contágio pelo novo coronavírus», pode ler-se a nota dos rubro-negros.

«Ao analisar o Decreto Municipal nº 47.282/2020, inclusive com a obtenção de parecer jurídico externo, constatamos não haver obstáculo legal ou impedimento específico ao funcionamento de um centro privado de treinos de futebol», diz o clube, que frisa que «as atividades desenvolvidas estão de acordo com as normas de segurança exigidas pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, previstas no citado decreto, entre outras, afastamento mínimo de dois metros, contingente mínimo de profissionais trabalhando, uso de máscaras e de álcool em gel, etc.»

«Além disso, estamos a testar exaustivamente atletas e funcionários, para saber se há alguém infetado pelo coronavírus, com a adoção das medidas de estilo para o caso positivo, como já informado. Ou seja, o Flamengo está a fazer mais do que obriga a legislação pertinente, como forma de proteger ao máximo seus colaboradores», garante o Flamengo.

O clube diz por isso que «aguardará, respeitosamente, a retirada da restrição do distanciamento para os treinos coletivos, com os cuidados e procedimentos cabíveis, pelas autoridades competentes e que seguirá à disposição destas para prestar todo e qualquer esclarecimento necessário.»

O Flamengo também saiu em defesa do seu médico, que se tornou alvo de investigação pelo Conselho de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), que pediu explicações sobre a retomada das atividades no Ninho do Urubu.

O Cremerj é contra a realização das atividades e notificou os médicos dos clubes participantes do Campeonato Carioca, indicando a possibilidade de retirar o título profisisonal daqueles que derem aval aos treinos.

«Informamos que o clube irá auxiliar o Dr. Márcio Tannure, chefe do Departamento Médico de Futebol do Flamengo, no esclarecimento de todos as questões do Cremerj para sanar quaisquer dúvidas porventura existentes», afirma o Flamengo.

O Brasil totaliza 26.754 vítimas mortais e 438.238 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia.

O Rio de Janeiro, que conta oficialmente com 44.886 casos confirmados e 4.856 mortos, é o segundo estado mais afetado.