Jorge Jesus não tem dúvidas e antecipa: Reinier, jovem de 17 anos que treinou no Flamengo na última época no Brasil, vai triunfar no Real Madrid, clube que está perto de reforçar. Contudo, o técnico português avisa os espanhóis para não olharem para o brasileiro como olharam para João Félix.

«É um jovem com talento, mas não olhem como olharam para João Félix, com toda a pressão que teve. Acredito no Reinier, tive várias conversas com ele e falámos muito do ponto de vista de como podia valorizar-se, ser melhor, os seus defeitos, o que era preciso corrigir. É um jovem inteligente, gosta de aprender e posso dizer que é um sobredotado», afirmou, em entrevista ao jornal espanhol Marca, reproduzida este sábado.

«Vai maduro para lá, vai chegar a Madrid seguro e tranquilo para fazer o seu trabalho», afiançou Jesus, que enumerou também as diferenças entre Reinier e o compatriota Félix. «Só tem 17 anos, mas fisicamente tem características fora do normal, tecnicamente é forte e em campo está adiantado cinco anos, joga como se tivesse 22 anos em termos emocionais e de inteligência. Agora, tem de crescer, não é João Félix, são diferentes. O português tem características mais de goleador, ao passo que Reinier tem uma técnica individual forte e não gosta de jogar na ala, gosta de ter outro jogador ao seu lado», comparou.

Com Klopp no Qatar: a camisola e o vinho por dar

Jesus, que venceu o campeonato brasileiro e a Libertadores pelo Flamengo em 2019, numa época de sonho para os rubro-negros, só ficou a um passo de triunfar no Mundial de Clubes, numa final perdida para o Liverpool, de Jurgen Klopp, no prolongamento. O português recordou a convivência com o alemão e o «respeito» mútuo, além de uma oferenda que fez ao colega de profissão e outra que ficou por dar.

«Dei-lhe uma camisola do Flamengo com o nome dele e depois pensei em dar-lhe uma garrafa de vinho português, mas não preparei isso antes e no Qatar era impossível. Ele é um cavalheiro e queria agradecer de uma maneira agradável a forma como ele se comportou comigo. Somos rivais, mas há muito respeito fora de campo», afirmou Jesus, considerando que «Jurgen Klopp tem de ser premiado como o melhor do mundo da época», mas que o próprio não deve ficar longe do técnico dos ingleses.

«A FIFA tem de olhar para a Libertadores da mesma maneira que olha para a Liga dos Campeões, não pode fazer uma separação do que representa uma e outra competição. A Libertadores é uma grande competição, jogada com paixão, com grandes equipas, grandes jogos. Acredito que tenho de estar perto de Klopp, porque ganhámos o campeonato brasileiro, a Libertadores e estivemos na final do Mundial de Clubes. Tenho a sensação que vamos voltar a estar no Mundial de Clubes porque vamos ganhar a Libertadores e estaremos de novo na final», disse, ainda.

Jesus reforçou que «o Flamengo ainda não fez nenhuma proposta para continuar», mas lançou que o «objetivo número um para esta temporada» deve ser o título de «campeões do mundo de clubes». E um futuro fora do Flamengo? Questionado sobre eventual preferência entre Inglaterra, Espanha ou Itália, Jesus dá primazia a um dos últimos dois.

«Espanha ou Itália, sem dúvidas, principalmente Espanha. Mas no futebol não podes escolher, escolhem-te. Neste momento só penso no Flamengo», concluiu.