Tristeza, muita tristeza. E angústia. Luiz Felipe Scolari sentiu tudo isso e muito mais no dia do adeus ao sonho do Mundial de 2014. No dia em que o Brasil, a jogar em casa, foi atropelado pela Alemanha. 

Em longa entrevista à Folha de São Paulo, Scolari admite ter «chorado muito» depois desse 7-1 (recorde a crónica do enviado especial do Maisfutebol ao Brasil) e tentou encontrar justificações para aquilo que muitos consideraram injustificável.

«Tu choras por muitas razões. Muitas vezes por felicidade, porque aconteceu alguma coisa muito boa na tua vida. Mas foi uma derrota frustrante. Era caso para chorar até hoje», desabafou Scolari.

«Passei muitos dias triste. Agora, a vida continua. Só se levanta de novo quem caiu e tem qualidades para se levantar. Foi o que fiz. Não tenho muito o que justificar. Perdemos algumas bolas ali que... Um jogador fez um golo de fora da área com o pé esquerdo e nem chuta com esse pé. Nesse dia ele acertou.»

Scolari lembrou ainda as ausências de Neymar e Thiago Silva nesse jogo amaldiçoado. «Se tirarmos o Neymar e o Thiago da equipa do Brasil, vão fazer falta. Podem querer crucificar o Thiago pela derrota do PSG em Barcelona, mas não há central melhor. Naquele dia fizeram falta.»

«Quero ficar mais dois anos na China»

Luiz Felipe Scolari treina atualmente o Guanghzou Evergrande, na China, e está interessado em continuar, pelo menos, até ao final de 2018.

«Tenho outras propostas, de um clube grande da Europa para a próxima temporada. Tenho também uma proposta para ser manager na Europa. Voltar ao Brasil? Não quero. Quero ficar no mínimo mais dois anos na China e depois vou pensar no que fazer.»

«Brasil? O que acrescentaria ao meu currículo? Confusão na minha vida.»