A estagiar em Portugal até sexta-feira (9 de janeiro), os «Tubarões Azuis» acertam agulhas para entrar com o pé direito naquela que vai ser a segunda presença na Taça das Nações Africanas. Na primeira, em 2013, os cabo-verdianos chegaram aos quartos-de-final e deixaram Marrocos e Angola pelo caminho. «Agora já não seremos uma surpresa. Na altura, não ligaram muito a Cabo Verde e prejudicaram-se», adverte Rui Águas.

Três campeões e... Cabo Verde

Para repetir a presença dos «quartos» da prova, Cabo Verde terá de deixar pelo caminho dois antigos vencedores da prova. No grupo A, o conjunto liderado por Rui Águas terá pela frente Tunísia, Zâmbia e Rep. Dem. do Congo, todos antigos vencedores da prova africana. Um detalhe que não retira ânimo aos «Tubarões Azuis».

«Na fase de qualificação, ficámos à frente da Zâmbia [n.d.r.: vencedora da CAN em 2012]. Entramos um bocadinho em pé de igualdade. Tunísia é muito forte fisicamente e defensivamente. Zâmbia e Congo são tecnicamente mais evoluídas, mas tudo depende da nossa força coletiva, rigor tático e concentração.»

Qualidade surpreendente num país tão pequeno

Líder do grupo F e primeira seleção a garantir o lugar na CAN. Rui Águas dificilmente podia ambicionar melhor início aos comandos da seleção de Cabo Verde, onde chegou em agosto passado. «Não temos grandes meios e é preciso ginasticar o melhor possível para conseguir competir com seleções com poder. Não somos muitos, mas fazemos as coisas bem. A qualidade dos jogadores é evidente e é de alguma forma surpreendente que um país tão pequeno tenha tantos jogadores de qualidade.»

Cabo Verde estreia-se na CAN a 18 de janeiro, contra a Tunísia. « Pensar num jogo de cada vez» é o mote dos «Tubarões Azuis». Um jogo de cada vez, certo, mas com os olhos nos quartos-de-final. «Passar a fase de grupos tem de ser um objetivo. A seleção nacional é um factor de aglutinação e de alegria. Queremos que as coisas corram como ansiamos e como toda a gente sonha», completa Rui Águas.