No dia de estreia da edição de 2020-2021 da Liga dos Campeões, houve um nome improvável a brilhar por razões… também elas imprevisíveis.

Falamos de Angeliño, lateral-esquerdo espanhol do Leipzig, que foi a grande figura do triunfo (2-0) dos alemães sobre o Basaksehir, ao marcar os dois golos.

Mas quem é afinal José Ángel Esmoris Tasende, a quem começaram a chamar Angeliño em Inglaterra?

Angeliño é galego, natural de Coristanco, e iniciou-se no futsal, nas escolas Luis Calvo Sanz, aos quatro anos. Aos 10 anos passou para o futebol, ao serviço do Deportivo da Corunha.

E foi no clube galego que deu nas vistas de tal forma que, quando tinha 16 anos, foi detetado pelos olheiros do Manchester City, que não hesitou em levar o adolescente para Inglaterra.

Após bons desempenhos nos sub-18 e sub-23 dos citizens, Angeliño foi emprestado pela primeira vez em 2015 e a mudança foi radical: rumou aos Estados Unidos para representar o New York City, clube do mesmo grupo que a equipa de Manchester.

Já depois de se ter estreado em 2016 pela equipa principal do Manchester City, Angeliño andou de empréstimo em empréstimo até 2018.

O espanhol foi cedido ao Girona (apenas um mês em 2016-2017), Maiorca (segunda metade de 2016-2017) e ao NAC Breda (2017-2018).

Após brilhar no campeonato holandês, Angeliño conveceu o PSV Eindhoven a investir na sua contratação, pagando 5,5 milhões de euros ao Man. City, tornando-se reforço do PSV na época 2018-2019.

Só que apenas um ano depois de o terem vendido, e após uma época extraordinária de Angeliño, o Manchester City acionou a cláusula de recompra de 12 milhões, comprando o espanhol pela segunda vez.

Mas o que fez de tão extraordinário Angeliño para voltar a chamar a atenção dos citizens?

Fez 34 jogos na liga holandesa sempre a um nível muito elevado – com um golo e dez assistências somadas –, além de se ter exibido em bom plano na fase de grupos da Liga dos Campeões.

Nessa época, Angeliño foi eleito o melhor jogador jovem da Eredivise e integrou para a equipa do ano da liga holandesa.

No regresso ao Man City na época passada, o lateral realizou 12 partidas durante a primeira metade da época, mas em janeiro surgiu o quinto empréstimo da carreira e um novo campeonato: a Bundesliga.

O Leipzig resgatou-o à equipa inglesa e esse passo pode ter-lhe mudado a carreira, conforme o próprio já assumiu.

«Deram-me uma oportunidade no Leipzig. Eu só queria ir para onde pudesse jogar e ser feliz com o futebol outra vez. Graças a este clube, consegui fazê-lo e estou muito agradecido», disse à Eurosport em maio.

Ao serviço da equipa liderada por Nagelsmann, o lateral espanhol fez 18 jogos, cinco dos quais no bem-sucedido percurso na Champions, que só terminou nas meias-finais, diante do Paris Saint-Germain.

A pandemia foi dada como justificação para que no final da época o Leipzig não exercesse a opção de compra que tinha ficado estipulada no acordo de empréstimo.

O clube alemão não se mostrou disponível para desembolsar os 22 milhões de euros contratualizados… mas conseguiu nova cedência por empréstimo.

E agora, aos 23 anos, a viver já o sexto empréstimo da ainda curta carreira, o homem que o Manchester City já contratou duas vezes, parece pronto para ‘explodir’.

Apesar de ser lateral, Angeliño marca há duas jornadas consecutivas na Bundesliga e voltou a mostrar na noite de terça-feira que é muito mais do que um lateral – aquele trabalho no primeiro golo não é de lateral, pois não?

Angeliño brilhou ao bisar, mas também nas inúmeras vezes em que se integrou na manobra ofensiva do Leipzig, sem nunca descurar as tarefas defensivas.

E agora todos os olhos vão estar fixos no internacional sub-21 espanhol.