O mau gosto não escolhe pátria e extravasa qualquer fronteira. Esta história chega do Brasil e do jogo entre a Chapecoense e o Nacional de Montevideu, para a Libertadores. 

Os adeptos uruguaios acharam que era boa ideia usurpar a memória das dezenas de mortos na tragédia aérea que afetou o clube brasileiro, em novembro de 2016, e passaram uma parte do jogo a imitar o barulho de motores de avião. 

No final da partida, alguns adeptos da Chape vingaram-se em carros de matrícula uruguaia. 

Já não é a primeira vez, infelizmente, que provocações destas acontecem. Há uns meses, a torcida do Criciúma cantou «ão, ão, ão, abastece o avião» num jogo contra a Chape, criando uma onda de revolta por todo o Brasil. 

Estiveram 11 mil espetadores na Arena Condá e o Nacional venceu 0-1. 

Entretanto, a CONMEBOL abriu uma investigação ao ocorrido e a direção do Nacional pediu desculpas públicas pelo comportamento dos seus adeptos.

«Em nome do Clube Nacional de Futebol, manifestamos ao sr. presidente o nosso mais intímo e profundo sentimento de vergonha, solicitamos encarecidamente que aceite as nossas mais profundas manifestações de desculpas ante o horroroso e repudiável gesto cometido por parte de nossa torcida na partida de ontem da Copa Libertadores.

Lamentavelmente, muitas mentes doentes canalizam a sua irracionalidade aos cenários desportivos (...). Nacional fez grandes esforços, como em geral os clubes do continente, para evitar episódios dessa natureza. Por conseguinte com essa atitude, e porque a ocasião, mais que nunca, o merece, adiantamos que a instituição está a realizar as averiguações correspondentes para que os responsáveis recebam as mais severas sanções.»