O ministro para a Juventude e Desporto de Itália, Vincenzo Spadafora, disse esta quarta-feira que vê cada mais difícil um recomeço da Série A de futebol, devido à covid-19.

«Honestamente, vejo o caminho para um regresso da competição cada vez mais pequeno. O tema dos treinos é diferente, mas se fosse presidente de um clube da Série A começaria a pensar na próxima época», disse o governante.

Spadafora explicou que esta quarta-feira e na quinta irão continuar os contactos entre o comité técnico-científico e a Federação italiana (FIGC), organismo que anteriormente apresentou para os treinos um protocolo, que foi considerado insuficiente.

«Se não queremos ter dúvidas, basta seguir o caminho da França e dos Países Baixos, que abandonaram», acrescentou o ministro, garantindo que, se o campeonato for retomada será, garantidamente, à porta fechada.

No domingo, o Governo italiano anunciou que os atletas que pratiquem desportos individuais podem retomar os treinos a partir de 04 de maio, mas que os clubes de futebol devem esperar até 18 para regressarem aos centros de treino.

«No papel de ministro do Desporto seria um louco discriminar o futebol, que traz dinheiro a todo o sistema desportivo, mas se não se pode retomar a competição em condições de segurança, é nossa obrigação parar. É absurdo que três ou quatro presidentes não o entendam», conclui o governante.

Na segunda-feira, o diretor desportivo da Lazio deixou críticas ao Governo, em relação à data de 18 de maio para os treinos dos clubes.

“Estamos surpreendidos com as palavras do primeiro ministro [Giuseppe] Conte e do ministro do Desporto [Vincenzo] Spadafora. O dia 04 de maio devia ser o momento de reatar os treinos. Considerando as decisões tomadas, cremos que fomos discriminados", explicou Igli Tare, citado pelo clube.

O futebol é o único desporto em Itália que pretende terminar a época, tentando evitar perdas de receitas que podem atingir os mil milhões de euros.

A Itália, atrás dos Estados Unidos (58.351), é o segundo país do mundo com mais mortes associadas à covid-19, com 27.359 óbitos, em mais de 201 mil casos de pessoas infetadas.