O futebolista português Cristiano Ronaldo deixou elogios ao argentino Lionel Messi, com quem disputou a ribalta do futebol mundial praticamente na última década e meia, assumindo que só pode dizer «grandes coisas» do atual jogador do PSG, que se notabilizou no Barcelona.

Questionado por Piers Morgan sobre o que pensa de Messi, Ronaldo assumiu: «Como jogador, incrível, mágico, top. Partilhámos o palco 16 anos, tenho uma grande relação com ele. Não sou amigo, aquele amigo de irmos a casa um do outro, falar ao telefone. Mas é como um colega, respeito a forma com o fala de mim, mesmo a mulher dele e a minha, sempre se respeitaram, são da Argentina. O que vou dizer de Messi? Grandes coisas. É uma boa pessoa», afirmou, nas declarações transmitidas esta quinta-feira, na segunda parte da entrevista.

Ronaldo foi confrontado ainda com um cenário ao qual respondeu que terminaria a carreira no final do Mundial 2022: se a final fosse Portugal-Argentina e se, nesse jogo, Ronaldo e Messi tivessem bisado, com Ronaldo a marcar o golo do hat-trick que decidiria o jogo perto do apito final.

«Seria muito bom, não esperaria um sonho tão bom (risos). Vá lá, pode marcar outro jogador, se Portugal chegar à final, não quero saber, até pode ser o guarda-redes, mas se isso acontecesse, digo que acabaria a carreira se isso acontecesse, a 100 por cento», expressou.

O português respondeu também sobre se Messi foi o melhor jogador que viu. «Provavelmente sim, ele, Zidane, provavelmente, sim. Contra quem eu joguei, sim».

E jantar com Messi? Ronaldo revelou que «nunca» aconteceu, mas crê que isso vai acontecer. «Porque não? Sim, claro. Eu adoro conhecer pessoas, partilhar coisas, ideias, aprender coisas, novas histórias, novos cérebros, vou fazer isso com certeza nuns anos. Não há problema, sou boa pessoa, tenho bom coração, não gosto de criticar as pessoas, não é a forma como eu levo a vida», explicou.

«Acredito que vou fazer um Mundial incrível»

O português, que esta quinta-feira não esteve nas opções para o Portugal-Nigéria, jogo que terminou quando a segunda parte da entrevista a Piers Morgan estava a ser transmitida, mostrou ainda confiança pessoal para o Mundial no Qatar.

«Neste momento, sinto-me bem, acredito que vou fazer um Mundial incrível, estou preparado física e mentalmente. Muito otimista, temos um treinador fantástico, uma boa geração. Eu sonho com isso [ndr: campeão mundial]. Vai ser extremamente difícil, mas tudo é possível. Claro que vamos competir», garantiu, dizendo que é «difícil» ir a um sexto Mundial por Portugal, o que aconteceria em 2026.

Por outro lado, Ronaldo defende que Portugal não é favorito e elencou os nomes das seleções que potencialmente podem vencer a prova.

«Não somos os favoritos. Favoritos? Provavelmente França, colocaria Espanha, Alemanha, Argentina, o Brasil parece-me bem. Inglaterra? Claro. Tem chances, além de Portugal, penso, mas vamos ver. Vai ser diferente, no inverno, mas não me importo, para ser honesto. Fora as questões do país que falam agora, que deviam ter visto antes», prosseguiu, pedindo mesmo o foco no aspeto desportivo da competição.

«A 100 por cento, devem fazer isso. Devem concentrar-se na competição, nas seleções nacionais, em que as pessoas sejam bem-vindas no Qatar e perspetivo um bom torneio, penso que o Qatar está preparado, é um desafio. Para ser honesto é bom, sinto-me com boas energias», rematou.

Ronaldo disse ainda que o «futebol mudou» e que o vê como um «negócio». «A paixão pelo jogo está intacta, mas vi outras coisas que me surpreenderam, mas faz parte do negócio, se vires o mundo, é só negócio», disse, falando que «tratam os jogadores como pedaços de carne».

O dianteiro defendeu-se ainda a si próprio, sobre se seria o mau da fita quando as coisas não correm bem. «É sempre a minha culpa, o problema sou sempre eu. Como se eu fosse a ovelha negra. Se fazes bem ou mal, vão sempre fazer alguma crítica.  Até na seleção, nos últimos três meses, a critica foi tão má, não só pelo lado do futebol, mas pelo lado profissional e familiar…», apontou.