Dani Osvaldo deixou os relvados em 2016, depois de uma época de pouco sucesso dividida entre FC Porto e Boca Juniors, e entretanto já criou uma banda e fez um disco. Numa longa entrevista à Marca, o italo-argentino abriu o jogo e confessou como é a nova vida longe dos relvados.

«Porque deixei o futebol? Sentia-me cada vez mais angustiado com o ambiente do futebol, que também foi mudando. Atenção, não renego em absoluto o futebol: amo-o e é o melhor que me aconteceu na vida», começou por dizer.

«Mas no fundo sentia-me como um sapo de outro lago, um bicho esquisito. Fui com 19 anos para a Europa e não bebi do futebol argentino. Quando voltei [para o Boca Juniors] senti aquele golpe forte, socialmente foi um abismo», prosseguiu.

O ex-avançado afirmou que não gostaria de ser Messi, mas sim jogar como ele: «Não [gostaria de ser o Messi]. Gostaria de jogar como ele. Coitado, não tem vida, vive numa prisão de ouro. Não poderia estar aqui a tomar uma bebida. Talvez ele [Messi] não se importe com isso, eu importo. Quando se está nesse nível nem se está em casa. Compras a maior televisão do mundo e depois nem metes os pés na sala de estar.»

Osvaldo também falou sobre Cristiano Ronaldo e elogiou a forma de trabalhar do internacional português, embora não se reveja nela.

«[Na minha carreira] houve trabalho. Sempre me magoou que, como gostava de Rock&Roll, diziam logo que eu não gostava de treinar. 'Este de certeza que se embebeda e se droga', diziam. Não tem nada a ver, treino melhor que todos, se não fosse assim não podia ter estado dez anos na Europa e na seleção italiana», argumentou.

«Alguns vivem o futebol tão a 100%, e está tudo bem, mas eu não queria. (...) As pessoas queriam mais de mim. 'Não me chateies, eu quero ser assim'. «Cristiano [Ronaldo] não nasceu a ser um génio como o Messi. É uma máquina, é mais esforço que talento, mas tem o mesmo valor. O Cristiano gosta de chegar a casa e fazer 150 abdominais. Eu prefiro acender o fogareiro para fazer um churrasco», atirou o ex-FC Porto.