O ex-goleador de FC Porto e Sporting, Mário Jardel, foi suspenso das suas atividades de deputado do estado de Rio Grande do Sul por suspeitas de corrupção.

No âmbito da investigação judicial «Gol contra», o brasiileiro é acusado de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e organização crimininosa. O caso foi tornado público na página do Ministério Público do estado brasileiro que refere, que por ordem do Tribunal, foi entregue ao presidente da Assembleia Legislativa um pedido de «suspensão do exercício da função pública contra o deputado Mário Jardel Almeida Ribeiro».

O jornal Estadão avança que a suspensão tem validade de 180 dias e, segundo o Ministério Público, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) está a cumprir mandados de busca e apreensão no gabinete de Jardel e nas residências do antigo goleador, da mãe, do irmão, do seu chefe de gabinete, António Foresta e de duas «assessoras-fantasma».

De acordo com os investigadores, estava montada «uma estrutura criminosa instalada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul», tendo como «principal beneficiário» o antigo avançado e o advogado Christian Vontobel Miller, associado ao ex-futebolista, «como mentor de uma série de fraudes e falsidades contra a administração pública».

As informações policiais dão conta de que «foram detetadas diversas viagens e indemnizações irregulares por utilização de veículos», nomeadamente pela mãe do deputado, familiares e assessores, de forma a «lavar» dinheiro e ainda que arrecadava os valores exigidos aos demais funcionários do gabinete, da liderança ou da bancada do partido pelo qual Jardel foi eleito. Estavam também registados vários «funcionários-fantasma» que eram pagos por serviços, cujo dinheiro entrava nas contas de Mário Jardel.

Segundo o Ministério Público, houve também pagamento com dinheiros públicos de viagens particulares de Jardel e colaboradores, mas o caso mais continuado era a exigência de «parte dos salários de todos os assessores nomeados de, no mínimo, três mil reais (cerca de 735 euros)», além dos valores das diárias e indemnizações por utilização irregular de transporte pessoal, segundo o comunicado.

Um dos casos também mencionados nas investigações envolve o pagamento de um aluguer de uma casa para a mãe e outra para o irmão de Jardel, que na altura ordenou a um dos assessores que fizesse o pagamento com um cheque pré-datado e «acertando», posteriormente, o valor com diárias fictícias até chegar à sua totalidade.