A Agência Mundial Antidopagem [AMA] vai ilibar 95 dos 96 desportistas analisados na sequência do escândalo de doping generalizado que afetou a Rússia, de acordo com um relatório da AMA divulgado esta quarta-feira pelo New York Times.

«As provas disponíveis são insuficientes para apoiar a afirmação de que existe uma violação das regras antidopagem por estes 95 desportistas», escreveu Olivier Niggli, o diretor-geral da AMA, num relatório confidencial divulgado pelo jornal norte-americano

De acordo com estes documentos, a AMA já investigou 96 desportistas, de nove modalidades, citados pelo relatório do jurista canadiano Richard McLaren, em novembro de 2015, que revelou um sistema de dopagem alargado na Rússia, com apoio estatal, prontamente negado por Moscovo.

Na segunda parte do seu relatório, publicado em dezembro de 2016, McLaren identificou mais de mil desportistas russos que teriam «sido implicados ou tirado beneficio de manipulações para contornar controlos positivos».

Em relação aos documentos divulgados esta quarta-feira pelo New York Times, a AMA lamenta que o antigo diretor do laboratório antidoping de Moscovo, Grigori Rodtchenkov, esteja «indisponível para testemunhar devido a circunstância externas».

Em entrevista ao jornal norte-americana, Niggli explicou que «o sistema estava muito bem organizado», reconhecendo, ainda assim, «as provas são limitadas”.

«Devemos aceitar que o objetivo do relatório McLaren foi demonstrar um sistema [de doping] e não violações individuais», frisou.

Sem surpresa, Moscovo reagiu com satisfação às revelações do jornal norte-americano.

«As informações do relatório McLaren são incompletas e em muitos casos falsas. Este é o motivo para estas decisões», afirmou o vice-presidente do comité olímpico russo Stanislav Posdniakov, à agência de notícias R-Sport.

A Rússia negou sempre a existência de um sistema de doping com apoio estatal, insistindo na responsabilidade individual dos atletas dopados ou dos responsáveis pelos controlos antidoping.