Não é todos os dias que temos um treinador a revelar que lhe pediram para não ganhar. Ainda por cima tratando-se de uma final, que valia um troféu.

É o que faz Marcelino García Toral, em entrevista ao The Guardian, na qual garante que a direção do Valência não queria ganhar a Taça do Rei em 2019.

«Fomos instruídos para não tentar ganhar a taça, não jogar com a nossa melhor equipa, mas tomámos decisões diferentes. Fizemos o que pensávamos que um clube como Valência deveria fazer, o que é natural. Um grande clube como o Valência tem que pensar sempre em ganhar. Fizemos o que os adeptos queriam, o que a história do clube exige», revelou o técnico, que bateu o Barcelona nessa final.

Marcelino conseguiu levar também o Valência às meias-finais da Liga Europa, e qualificar a equipa para a Liga dos Campeões, mas acabou demitido em setembro de 2019.

«Um mês e meio depois de ser vencido a taça, tendo chegado às meias-finais da Liga Europa e qualificado para a Liga dos Campeões, não esperava isso. Não entendo o porquê», referiu.

Questionado sobre se o proprietário do clube, Peter Lim, gosta de futebol, o treinador espanhol não é explícito.

«Não sei se ele gosta de futebol. Houve reuniões em que eles diziam uma coisa e depois encontro-me com ele pessoalmente, depois de viajar 30 horas, e é exatamente o oposto», concluiu.