Lamine Yamal é um dos valores seguros da seleção espanhola e do Barcelona. Mas há um ano, em 2024, foi preciso algum convencimento para que o jovem representasse a «Roja», por ter também a nacionalidade marroquina. 

Albert Luque, ex-dirigente da federação espanhola de futebol (RFEF), falou à Cadena SER sobre o processo dando a entender que o pai, Mounir Nasraoui, não é de confiança.

«Não foi um caso fácil. O técnico marroquino veio expressamente [para falar com ele] e o governo marroquino tentou convencê-lo. Quando falámos com ele, Yamal disse-me: 'Quero ser campeão europeu, estou a ser pressionado por todos os lados, mas quero jogar por Espanha'», conta.

«O pai foi o mais complicado. Disse-me que o iam matar em Marrocos [se jogasse por Espanha]. Disse-me algumas coisas que era melhor não dizer. A mãe é a pessoa com quem Lamine mais tem de confiar. Ela perguntou-me se eu queria que ele fosse para Espanha e eu menti-lhe, disse-lhe que era porque ele estava muito preparado... e não por causa da pressão de Marrocos», dando a entender que a estreia de Yamal foi apressada.

Luque falou ainda sobre a situação de Brahim Díaz, outro jogador com dupla nacionalidade espanhola e marroquina. Este optou pelo país africano.

Referindo que Díaz estava na lista de pré-convocados, Luque diz que o jogador «estava com pressa para saber se seria convocado» para o Europeu. Informou a RFEF de que iria jogar por Marrocos através de um fax. «Se isso me magoou? Acho que doeu-lhe mais não levantar o Europeu», atirou.