A Movistar+ exibiu esta sexta-feira o último episódio da série documental dedicada à carreira de Iker Casillas.

Neste capítulo, o antigo guarda-redes de Real Madrid e FC Porto recordou os últimos anos na seleção espanhola e passou por Vila do Conde, palco do último jogo da carreira a 26 de abril de 2019.

«[Nesse jogo] Tivemos uma infinitude de ocasiões para ficar a ganhar 3-0. Numa jogada absurda eles marcam o 2-1 e nos começámos e a ficar desposicionados. No final, numa jogada absurda eles fazem o 2-2 e aí as nossas possibilidades de lutar pelo título desvaneceram. Esse foi o cenário que vivi no meu último jogo de futebol. Quatro ou cinco dias depois deu-me o enfarte. Parece que ontem estava a jogar futebol e eu não pensava que aquele seria o meu último jogo. Nunca mais voltei aqui. Voltar a este campo faz-me recordar tudo o que se passou naquele dias e nos dias seguintes. Um dia estás aqui e numa questão de minutos podes estar do outro lado. É a vida», afirmou.

Casillas conversa também com a Movistar+ no dia em que o FC Porto se sagrou campeão nacional em julho deste ano. «A última vez que joguei no Dragão foi contra o Santa Clara. Foi há 14 meses e hojes sagrámo-nos campeões nacionais. Estou um pouco nervoso por ter voltado a pisar o relvado, há muito tempo que não o fazia. É um momnto de despedida e sempre que há um princípio tem de haver um fim. Estou emocionado porque estou a viver muitas recordações dos últimos cinco anos e esta será sempre a minha casa.»

O ex-guardião espanhol, que foi convocado para o Euro 2016 mas não chegou a atuar abordou ainda uma polémica: ter-se-á recusado a jogar contra a Croácia no último jogo da fase de grupos? «Quando me perguntaram, disse que o melhor era continuar o David [De Gea]. Não me sentia com capacidade para jogar esse terceiro jogo. Se ganhássemos, íamos para um lado [do quadro da fase final]. Se perdêssemos, iamos para o outro. Perdemos 2-1 e calhou-nos a Itália. E eu estou convencidíssimo de que, como na final de Lisboa [2014] ou no Mundial do Brasil [2014], as pessoas estavam à espera de dizer que não estava bem ou dizer que Del Bosque tinha escolhido Casillas e tínhamos perdido 2-1 contra a Croácia.»

Há ainda notas soltas da estreia pelo Real no Estádio San Mamés num jogo com o Athletic Bilbao a 12 de setembro de 1999 e os sonhos de um menino que queria ser o melhor do Mundo e que no princípio da carreira ia de transportes públicos para o treino. «Consegui-o cinco vezes. Tinha a ilusão de vencer um Mundial e consegui-o. Tinha a ilusão de ganhar Ligas dos Campeões pelo Real Madrid e consegui. O meu final não foi o que sonhei, mas não tenho qualquer queixa.»

E rematou: «Passou tudo muito rápido. Muito mais rápido do que estava à espera.»