Royston Drenthe teve a carreira marcada pela má fama e pela passagem pelo Real Madrid. O holandês sempre foi conotado com alguém que passava demasiado tempo na noite, a divertir-se, o que influenciou o rendimento no clube madrileno. O próprio assume-o agora, em livro autobiográfico e em entrevista à Marca, na qual também revelou que Javier Saviola lhe deu um murro durante um treino.

«Saía muito, sim, não todas as noites como se dizia, mas sim muitas, bastante», disse Drenthe àquele diário espanhol.

«Íamos ao Buddha [espaço noturno da capital espanhola] e ali passávamos bom tempo, muitas vezes tinha de sair secretamente porque não era o momento adequado», continuou o holandês.

Drenthe afirmou que «não era fácil dizer não em todas as noites» porque como jogador do clube de Chamartín «oferecem-te muitas coisas», irrecusáveis algumas.

O holandês prosseguiu: «Madrid é uma cidade muito bonita, há muitos restaurantes, muita festa, raparigas muito bonitas...e tu és jovem, jogador do Real Madrid... são muitas tentações que tem põem à frente e se não estiveres totalmente concentrado… »

Sem revelar nomes, mas dando a entender que havia outros jogadores implicados, Drenthe falou de várias peripécias e de uma noite específica.

«Fui com um amigo a um casino e de repente acercaram-se duas raparigas muito bonitas», contou, para adicionar: «Fomos os quatro para um hotel e passamos um bom bocado, mas quanto tudo terminou chegou o problema. Pediram-nos mil euros a cada um! Eu nem tinha ideia que tinha de pagar. Pensava que era apenas diversão. E não levava dinheiro, só tinha cartões. E muito menos ia pagar, porque tinha vergonha. O meu amigo também não queria pagar porque era muito dinheiro e no final acabámos por lhes dar todas as fichas que tínhamos do casino. Nem sei quanto era.»

Drenthe argumentou que sempre treinou duro, mas que deixou o futebol aos 29 anos «porque não era feliz» e que teve problemas com os empresários que o representaram.

Para além disso, o holandês começou a entrevista com uma revelação. A de que o pai foi assassinado quando tinha três anos e que durante muito tempo a mãe escondeu o facto para o proteger.

Ora, questionado sobre os problemas que teve dentro do balneário do Real Madrid, Drenthe assumiu que teve situações feias com dois jogadores. «De Gago não quero falar, com Saviola acabei melhor», disse, para depois explicar o sucedido com o argentino que passou pelo Benfica: «Estávamos num treino e pedi-lhe quatro vezes seguidas que passasse a bola. Saviola, Saviola, Saviola, Saviola. Típico num treino. Então, ele parou e deu-me um murro. No final da sessão perguntei-lhe o que se passava. Disse-me que tinha sido muito duro a pedir a bola. O murro nem me doeu, o que me doeu é que ele só se atreveu a fazer isso comigo, aos outros não dizia nada. Comigo valia tudo. Falámos e ficou tudo resolvido, depois até tivemos uma boa relação.»