O central Felipe deu uma entrevista ao jornal AS em que fala sobre a adaptação ao Atlético Madrid, o tempo no FC Porto e sobre o ex-adversário e agora companheiro João Félix.

O jogador brasileiro disse que está a adaptar-se às características do clube. «O sistema defensivo é muito exigente e estou a trabalhar intensamente. No FC Porto era diferente. Em Portugal, os defesas jogam mais abertos, com os médios a baixarem mais por dentro. Aqui temos de estar mais fechados, mais juntos, com muita atenção, mas aos poucos vou-me adaptando.»

«Em Portugal jogava numa equipa muito forte como o FC Porto, que dominava muitos os jogos e fazíamos marcação quase a meio do meio campo adversário. Tentávamos roubar essa zona. Posso dizer que era mais fácil fazê-lo. Aqui todas as equipas têm mais qualidade, bom passe interior e capacidade para sair», apontou Felipe.

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O central contou ainda que «em miúdo não gostava de futebol» e que só começou a jogar aos sete anos, deixando aos dez. «Gostava de skate, praticava basquetebol e voleibol. Era hiperativo. Só aos 17 ou 18 anos voltei ao futebol e aos 20 tornei-me profissional.»

Mas a carreira não arrancou logo. «Tentei no Corinthians, Portuguesa, São Paulo… experimentava, chegava a ficar três meses e voltar a sair. Aos 18 anos cheguei a pensar que o futebol não era para mim, não tinha conseguido nada», contou Felipe, mas «foi precisamente quando chegou a oportunidade.»

Felipe contou então como foi a mudança para o FC Porto. «Vi que ir para Portugal era o passo mais fácil, por causa da língua ia custar-me menos. Não queria ser desses brasileiros que dão o salto para a Europa e em poucos meses estão de volta. Vi que era a minha oportunidade e agarrei-a. Adaptei-me muito rapidamente. Foram três anos fantásticos.»

«Era um dos capitães. É um clube maravilhoso, vivemos muito juntos. Também lhes agradeço porque sem o FC Porto não estava aqui», disse ainda.

Questionado sobre se a mentalidade de Sérgio Conceição é igual à de Simeone, o central respondeu: «Sérgio Conceição também gosta muito de intensidade nos treinos. Ele sabe que isso acaba por passar para dentro de campo», apontou, sendo depois confrontado com a alcunha de «Vale tudo» que os adeptos do Benfica lhe colocaram.

«Sim, chamavam-me isso. Mas não me importava. Quando os adeptos do eterno rival te chamam de tudo é porque estás a fazer as coisas bem. Chamarem-me isso alimentava-me. Dava-me forças, fazia-me sentir importante. Queria dizer que eu me destacava», garantiu.

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E no Benfica jogava na altura João Félix, agora companheiro de equipa nos colchoneros. «É melhor ter João Félix do teu lado. Acabava de se estrear e já chamava muito a atenção. Mas temos de ter cuidado. É um jovem com muita vontade de marcar a diferença. A qualidade dele é superior, mas há que ter em atenção para que essa qualidade fique mais forte através do grupo.»

Felipe falou ainda do facto de o FC Porto ter ficado de fora desta edição da Liga dos Campeões. «A este nível, encontras equipas muito fortes e qualquer detalhe pode deixar-te fora. Oxalá o ano corra bem e possam voltar à Champions na próxima temporada», disse, contando que lamentou a eliminação «por causa dos antigos companheiros.»

«Mas não podem desistir. Esta temporada ainda podem acontecer coisas boas se trabalharem forte. É essa mentalidade que têm de ter», disse o central brasileiro que disse que o seu sonho é vencer a Liga dos Campeões. «Por isso vim para cá.»