Saúl Ñíguez é uma figura de peso no balneário do Atlético de Madrid e, em entrevista ao jornal espanhol Marca, falou sobre esse seu papel e os conselhos que dá a João Félix.

«Tudo o que digo a um companheiro é para ajudar, assim como outros o fazem comigo, é para dar informações e ajudar no jogo. É tudo para o bem da equipa e nunca para fazer alguém sentir-se mal», começou por dizer o médio.

«Num momento mais quente poder ter uma discussão com um companheiro, mas são coisas que podem acontecer num jogo e que são normais num coletivo. Quando dizes as coisas é para o bem da equipa e há que saber a maneira de chegar a cada jogador», insistiu, explicando uma estratégia que utiliza com o jovem português.

«A língua também pode gerar mal-entendidos, então fala-se com o Felipe ou Herrera para que eles lhe possam lhe dizer de uma maneira mais adequada e para que ele não se sinta atacado ou fique na defensiva.»

Saúl foi ainda questionado sobre se existe alguma preocupação no balneário por João Félix não ter ainda explodido. «No fim de contas, é preciso paciência. Não é fácil começar como ele está a fazer, a jogar muitos jogos. Há jogadores que demoram seis meses, oito, um ano para se adaptarem à equipa no estilo, intensidade, dinâmica. É difícil e nem todos se adaptam da mesma forma. E menos quando se tem 19 anos e tem o peso de uma equipa inteira e do valor que o clube pagou por ele», afirmou o médio.

«Não é fácil. Ele tem qualidades tremendas, vai chegar onde quer, mas dentro da equipa temos de lhe transmitir essa paciência. O bom é que ele trabalha, quer aprender e com isso pouco a pouco as coisas virão. Como acontece com os outros, se a equipa estiver bem, o João também estará bem e se a equipe não estiver bem, será muito mais difícil se destacar», adiantou, desabafando: «Cansa que perguntem sempre sobre um jogador e não sobre a equipa, que é o que vai fazer o João crescer.»