O futebolista argentino Ezequiel Garay considerou que há pessoas no Valência que «têm a intenção» de desacreditá-lo como profissional e como pessoa», numa altura em que o antigo defesa do Benfica está em final de contrato e a recuperar de grave lesão, não tendo recebido abordagens concretas para a continuidade.

Depois de a própria mulher do jogador, Tamara Gorro, ter vindo a público em defesa do marido, foi Garay a querer explicar, da sua parte, o que se passa entre si e o clube espanhol.

«É a primeira vez que faço isto na minha carreira com 16 anos. Dá-me pena chegar a este ponto, a campanha desprestigiante contra mim. Fácil teria sido que os meus advogados fizessem um comunicado. Na vida, há que encarar de frente e decidi dar a cara. Quando digo campanha, refiro-me a pessoas do meu clube que pelos vistos têm a intenção de desacreditar-me como profissional», afirmou o jogador de 33 anos, numa declaração através das redes sociais pessoais, prosseguindo sobre como é que a tensão estalou.

«A polémica desencadeia-se quando sai a público que eu recusei uma oferta de 2,7 milhões de libras. É totalmente falso. Dá a entender que sou eu que não quero ficar no clube, algo que é totalmente falso», notou, acrescentando que queria ficar no Valência e dando conta, ao pormenor, sobre as negociações dos últimos tempos, desde o verão passado.

«Em agosto começam a surgir instabilidades no clube como o caso Marcelino [Toral]. A 19 de agosto, dada a situação, estava muito desanimado e preferi que as águas acalmassem e deixei claro que queria ficar além desta época, renovar. Fica tudo parado até 13 de novembro, altura em que uma pessoa do clube, Jorge López [diretor técnico da equipa], contacta-me comigo e eu digo que sim. Fez-me uma oferta verbal inferior à publicada. Chegámos a um acordo verbal, à espera do contrato. A 7 de janeiro, na Arábia Saudita e apenas à espera do contrato, um responsável do clube pede-me que vá à casa do presidente e, na conversa em questão, mudam as condições acordadas. Nessa altura, começaram conversas para outro acordo. A minha intenção era renovar. Estas novas conversas produzem-se com César Sanchez [diretor do futebol do clube], de quem nunca recebi uma nova oferta, nem a negociação da anterior. Fica tudo parado e a 1 de fevereiro lesiono-me e sou operado ao joelho. Celades [treinador] e César deixam claro que têm intenção que eu renove, mas até hoje não recebi nenhuma oferta. Foi o que aconteceu», argumentou.