«El Clásico» de cortar a respiração. Nervos à flor da pele, verticalidade e excesso de velocidade na via-rápida do Bernabéu.

Começou melhor o Real Madrid, com Cristiano Ronaldo muito em jogo e a assumir o papel de principal ameaça à baliza de Ter Stegen. Aos 3 minutos, o craque português caiu na área após toque de Umtiti, mas o árbitro não apontou para a marca dos onze metros.

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Com algumas decisões precipitadas no início do processo de construção, o Barcelona alimentava a confiança merengue e sentia estranhas dificuldades para pegar no jogo como tanto gosta, ao compasso de Iniesta, Messi e companhia. A partida mantinha-se com níveis vertiginosos de velocidade, sem grandes momentos de posse de bola no meio-campo ofensivo de parte a parte, mas muitas incursões perigosas junto às áreas.

Depois de terem conseguido furar uma permeável defesa culé em várias ocasiões e de Ter Stegen ter evitado o golo a Ronaldo num remate forte, os merengues chegaram ao golo. Marcelo cruzou para a entrada de Sergio Ramos, que atirou ao poste. Caprichosa, a bola dirigiu-se para o raio de ação de Casemiro, que só precisou de encostar.

Cinco minutos! Foi quanto durou a vantagem do Real. O culpado? O senhor do costume. Lionel Andrés Messi. O avançado argentino tirou de uma assentada Navas e Modric do caminho e atirou a contar na cara de Keylor Navas.

Depois de uma primeira meia hora pouco conseguida, o Barcelona anulava o ímpeto blanco e terminava a primeira parte como a equipa mais ameaçadora em campo, mas foi o Real quem entrou mais vivo na etapa complementar, ainda mais vertiginosa dos que os 45 minutos iniciais, que fizeram uma vítima pelo caminho (no regresso à competição, Bale voltou a lesionar-se).

Em cinco minutos, Ter Stegen brilhou na oposição a um remate de Kroos e a outro de Benzema. O guarda-redes alemão era cada vez anjo da guarda culé mas, do outro lado, Navas não lhe ficava atrás.

Piqué e Suárez numa baliza; Ronaldo na outra, a falhar na cara de Navas uma soberana ocasião para recolocar os merengues na frente do marcador aos 68 minutos.

Emoção, tensão, ritmo frenético. Presentes todos os condimentos que se pediam de um El Clásico que correspondeu às expetativas.

O chão começou a desabar para os madridistas pouco depois. Já com André Gomes em campo (português entrou para o lugar de Paco Alcácer), Rakitic disparou um míssil teleguiado de pé esquerdo que só parou no fundo das redes de Navas.

E nem cinco minutos se tinham passado quando Sergio Ramos viu o vermelho direto após entrada impetuosa sobre Lionel Messi. Nas imagens televisivas fica a ideia de que o central não chega a atingir o avançado blaugrana, mas a intencionalidade da ação acabou por lhe custar pesada sanção disciplinar.

Estava aberta a autoestrada para a formação culé, mas o Real não se rendeu. Pouco depois de ter sido lançado em campo para o lugar de Benzema, James Rodríguez apareceu ao primeiro poste para fazer, aos 86 minutos, o empate após cruzamento de Marcelo.

Se o empate não era, à partida, um mau resultado para a equipa da casa, o contexto tornava a repartição de pontos ainda mais saborosa.

Mas o Barça lançaria uma derradeira cartada no último lance do jogo. O denominador comum de tantos outros partidazos entre merengues e catalães: Messi concluiu com o pé esquerdo uma jogada de contra-ataque iniciada por Sergi Roberto e que passou por André Gomes e Jordi Alba.

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Balde de água gelada no Santiago Bernabéu. A La Liga está ao rubro, com Real Madrid e Barcelona empatados no topo do campeonato, mas com um jogo a mais para a equipa blaugrana.