Com menos exuberância, mas bastante solidez e um Oscar em altíssimo nível, o Chelsea manteve a pedalada na liderança, impondo-se ao Crystal Palace num jogo com duas expulsões, uma para cada lado. Mesmo sem o lesionado Diego Costa, que vai continuar a desfalcar os «blues» nos jogos da Liga dos Campeões, Mourinho teve razões para sorrir – e até para protagonizar este momento bem-humorado na sala de imprensa.
Mas se Chelsea e City dominam o topo da classificação, a grande sensação em Inglaterra chama-se Southampton, tem um português como comandante da defesa e conseguiu um dos resultados mais escandalosos da ronda, com uns 8-0 ao Sunderland que deixaram o treinador visitante à beira de um ataque de nervos.
Esse foi um dos jogos com maior contributo para o fim de semana especialmente rico em autogolos para todos os gostos – o QPR-Liverpool também se bateu bem, com menções honrosas para o Verona-Milan, o Corunha-Valência e, claro, o FC Porto-Sporting.
Messi e Cristiano Ronaldo, os ET's do costume
Se os grandes ingleses não falharam, o mesmo pode ser dito do líder Barcelona e do perseguidor Real Madrid, que superaram da melhor forma os últimos obstáculos domésticos antes do clássico do próximo sábado, no Bernabeu. Por sinal, os extraterrestres Messi e Cristiano Ronaldo continuam a marcar encontro semanal com a História: o argentino apontou o golo 250 na Liga e está a um pequeno passo de se tornar o melhor de sempre na competição, enquanto o português, com 15 golos em oito partidas, está a assinar o melhor arranque de todos os tempos, superando um recorde com 71 anos.
O campeão em título, o At. Madrid, voltou às vitórias e à zona Champions com forte contributo português: numa semana pontuada pelo seu regresso vitorioso à seleção, Tiago abriu o marcador na vitória por 2-0, antes de sair lesionado. Também lesionado, André Gomes ficou fora da primeira derrota do Valencia, logo no dia em que a equipa de Nuno Espírito Santo alinhou sem portugueses. A equipa «che» foi clara e surpreendentemente batida no choque com o duo luso do Corunha (Luisinho e Ivan Cavaleiro) e, com este resultado, perde o segundo lugar, deixando-se ultrapassar pelo Sevilha, de Beto, Diogo Figueiras e Daniel Carriço, e pelo Real Madrid.
Na Alemanha, a competência dos líderes teve outra ilustração clara na forma implacável como o Bayern Munique triturou (6-0) o Werder Bremen, cimentando uma vantagem que, para já, se cifra em quatro pontos – mas com tendência para aumentar, face à instabilidade de teóricos concorrentes como o Leverkusen (que deixou fugir uma vantagem de três golos!), o Schalke (que estreou o técnico Di Matteo antes de receber o Sporting) e principalmente o Borussia Dortmund, que apesar da boa carreira na Liga dos Campeões começa a namorar perigosamente com a zona de despromoção, ao fim de cinco derrotas em oito jornadas.
Em França, o Marselha de Bielsa – com um escaldão cómico pelo meio – continua a impor o ritmo, desta vez bem acompanhado por PSG, Lyon e o Mónaco de Leonardo Jardim, que entrou na metade superior da tabela com uma vitória iniciada num golo de João Moutinho. As exceções à regra de eficácia máxima dos líderes vieram de Itália, onde a Juventus tropeçou em casa do Sassuolo e permitiu a reaproximação da Roma, e principalmente da Rússia, onde o Zenit, de André Villas-Boas, somou o segundo empate consecutivo e viu a vantagem para o CSKA encolher de seis para dois pontos.