O Brasil tem pressionado as autoridades espanholas para que tomem medidas relativamente aos insultos racistas dirigidos ao futebolista Vinícius Júnior, no jogo da Liga espanhola entre Valência e Real Madrid. Nesse contexto, o ministro da Justiça do Brasil colocou mesmo um cenário de aplicação da lei brasileira.

«Estamos a estudar a possibilidade de utilizar um princípio chamado extraterritorialidade; o código penal prevê que, em algumas situações excecionais, seja possível que, em casos de crimes contra brasileiros no estrangeiro, se aplique a lei brasileira», sustentou Flávio Dino, em declarações reproduzidas pelo jornal Folha de S. Paulo.

«É um remédio extremo, sem dúvida, mas pode funcionar, se for necessário. Não é uma coisa que vamos fazer diretamente, é um estudo que fazemos sobre a possibilidade, na qual não cremos, de haver uma omissão por parte das autoridades espanholas», acrescentou.

O presidente do Brasil, Lula da Silva, já manifestou publicamente o apoio a Vinícius Júnior, que acabou expulso no polémico jogo, após confusão entre os jogadores das duas equipas.

Nas últimas horas a polícia espanhola fez sete detenções relacionadas com atos racistas dirigidos a Vinícius Júnior: quatro pessoas que terão pendurado pelo pescoço, num viaduto da capital espanhola, um boneco negro com a camisola do jogador do Real Madrid, por ocasião do dérbi com o Atlético; três pessoas suspeitas dos insultos racistas do passado fim de semana, no Estádio Mestalla.