Jordi Cruijff compareceu no Camp Nou em representação da família para agradecer as muitas homenagens promovidas pelo Barcelona em memória do seu pai nos últimos dias. O antigo jogador, que também chegou a jogar no clube catalão, revelou que o pai pretendia que as cerimónias fossem restritas à família, mas reconheceu que isso não era possível.

«O motivo da minha presença é de tristeza. Muito grande no caso da minha família, da minha mãe, das minhas irmãs… Apesar do meu pai querer que as cerimónias fossem privadas, acabámos por entender que o Johan não é só nosso, é também um pouco de todos. Decidimos dar a oportunidade para abrir mais um pouco. Participamos neste ato hoje e nos próximos duas haverá mais», começou por destacar.

As primeiras palavras foram pra os médicos que acompanharam Johan Cruijff «até ao último dia», mas também para os jornalistas por terem respeitado a doença do pai. «Nestes momentos a privacidade é o maior bem. A família agradece o trabalho de 99 por cento dos profissionais de muitos países».

Palavras também para o Barcelona. «Houve sempre sintonia, cumplicidade e respeito mútuo. Houve um abraço final com o clube nestes meses. Talvez um pouco tarde, mas chegou ainda a tempo», destacou, antes de falar na Fundação Cruijff. «Sabemos que o mais importante para ele é que continuemos a trabalhar para a fundação e para as crianças necessitadas. Este acordo deu-lhe paz», acrescentou.

Jordi Cruijff manifestou-se ainda sensibilizado com a reação a nível mundial à morte do seu pai. «É incrível como o meu pai teve influência em tantos sítios e que tenha sido uma inspiração, com a sua aura especial. Ele estaria muito orgulhoso pela forma como as pessoas reagiram. Sentimo-nos todos superemocionados. O Barça, o Ajax e a seleção holandesa foram os seus grandes amores futebolísticos e é bom saber que estão a demonstrar o carinho que tinham por ele», prosseguiu.

Uma última palavra para os dirigentes com quem Cruijff esteve sempre em conflito ao longo da sua carreira, quer como jogador, quer como treinador. «O meu pai foi sempre difícil para as direções, mas com as pessoas foi sempre acessível», referiu ainda Jordi.

Jordi Cruijff, nascido em 1974, fez a formação no Ajax e no Barcelona, , onde chegou a jogar na equipa principal entre 1994 e 1996. Depois representou ainda o Manchester United, Celta Vigo, Deportivo Alavés, Espanhol, Barcelona B, Metalurg Donetsk e Valletta.