Álvaro Morata, que viria a levantar o troféu do Euro 2024 como capitão espanhol, ponderou mentir para não marcar presença na competição. A razão, como conta no documentário «Não sabem quem eu sou», produzido pela Movistar, era a instabilidade mental de que sofria. 

«Tive muitos pensamentos autodestrutivos, pensamentos horríveis. Passou pela minha cabeça fingir uma lesão só para não ter de ir ao Euro», começou por referir, citado pelo The Athletic.

Aos 32 anos, Morata é o capitão de Espanha e já passou pelos melhores clubes do mundo. Ainda assim, continua a não ser consensual na seleção espanhola. O avançado assume que a retirada do futebol traria alegria para alguns adeptos. 

«Valia a pena continuar a jogar por Espanha se a cada sítio onde fosse as pessoas insultavam-me e à minha família? Há muitos adeptos em Espanha que gostam de mim, mas há outros que não me querem aqui. Mas se eu me retirasse do futebol profissional seriam eles que venceriam», reforçou. 

Andrés Iniesta, que também assumiu ter passado por problemas mentais, foi um grande apoio, como partilha o jogador, que esteve cedido pelo Milan ao Galatasaray. O medo, segundo Morata, fazia parte da rotina na depressão que sentiu. 

«Começas a sentir muitas coisas no corpo e não sabes porquê. As tuas pernas doem, sentes um aperto no peito, tens dificuldade em respirar. Tive medo de não conseguir acordar se adormecesse. Tinha medo de tudo», confessou.

No final, Morata decidiu mesmo participar no Europeu de 2024, no qual a Espanha saiu vencedora. No total de sete jogos, o capitão apontou um golo, na estreia espanhola, frente à Croácia. 

Porém, um ano depois dessa conquista, Morata volta aos holofotes por motivos negativos. Portugal, recorde-se, venceu a Liga das Nações de 2025 na decisão por penáltis, com o ponta de lança a ser o único a falhar o remate.