Depois de André Gomes assumir que os problemas psicológicos que tem tido nos últimos tempos, desta vez foi Bojan Krkic, atual jogador do Alavés, a assumir que desde cedo deparou-se com problemas de ansiedade, que inclusivamente o afastaram do Euro 2008, depois de ter tido uma ascensão meteórica no início da carreira.

«Tudo aconteceu muito rápido na minha carreira. Em termos futebolísticos correu bem, mas a nível pessoal não.  Tive de viver com isso e as pessoas dizem que a minha carreira não foi o que esperavam. (...) Há muitas coisas que as pessoas não sabem», começou por dizer, em entrevista ao Guardian.

«Não fui ao Campeonato da Europa de 2008 por causa de problemas de ansiedade, mas nós dissemos que eu estava de férias. Fui chamado para o jogo frente à França, a minha estreia internacional, e foi dito que tinha uma gastroentrite, quando na verdade tive um ataque de ansiedade. Mas ninguém quer falar sobre isso, o futebol não está interessado», prosseguiu.

O internacional espanhol teve uma ascensão meteórica no início da carreira, mas reconheceu que não aguentou o rumo dos acontecimentos: «Aos 17 anos a minha vida mudou completamente. Fui para o Mundial sub-17 em julho e ninguém me conhecia, quando voltei, nem sequer conseguia andar na estrada. Poucos dias depois fiz a minha estreia contra o Osasuna, depois joguei na Liga dos Campeões (...) e em fevereiro de 2008 fui chamado à seleção espanhola. Foi tudo bom, mas a cabeça começa a encher até que há um momento que o corpo diz para parar.»

«A ansiedade afeta a todos de maneira diferente. (...) Comigo eram tonturas, sentia-me doente 24 horas por dia. Houve aqui uma pressão [aponta para a cabeça] poderosa que nunca foi embora. Quando entrei no balneário para o jogo com a França comecei a sentir uma tontura poderosa, em pânico, e fui para a cama do fisioterapeuta. Essa foi a primeira vez, mas voltei a ter este tipo de episódios desagradáveis. Há tratamento psicológico para superar estas barreiras, o medo. Tudo começou em fevereiro e durou até ao verão, por isso quando o europeu chegou decidi que não podia ir, que tinha de me isolar», confessou.