O presidente da Liga espanhola disse esta quinta-feira que os ‘clubes-Estado’ são tão perigosos para o futebol como a Superliga e frisou que os clubes e ligas nacionais têm o dever de denunciá-los.

Em Amesterdão, Javier Tebas lembrou que a Liga Espanhola tem vindo «desde 2017 a denunciar as práticas sobretudo do Manchester City e do PSG» e garantiu, em discurso na Plataforma de Aconselhamento de Clubes (CAP) das Ligas Europeias, que não o faz para defender o Real Madrid na questão da contratação falhada do internacional francês Kylian Mbappé.

«Estamos a atuar pela defesa do ecossistema do futebol europeu. [Os ‘clubes-Estado’] causam muito dano ao ecossistema do futebol, europeu. Competem deslealmente, provocam um efeito de inflação nos salários e põem em questão a credibilidade da UEFA e do seu sistema de controlo financeiro», acusou o dirigente do organismo que superintende o futebol profissional em Espanha.

Com a mira quase sempre apontada aos parisienses e aos citizens, Tebas enumerou as condutas reprováveis no âmbito económico, nomeadamente «patrocínios e outras operações de mercado sobrevalorizados, deslocalização de pagamentos para outros Estados» e indiferença para com os prejuízos acumulados.

Para prová-lo, Tebas recordou, em diapositivos apresentados à audiência, todos os casos denunciados pela Liga Espanhola desde 2017 e lembrou que o Manchester City e o PSG «foram sancionados pela UEFA», mas lamentou que Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) tenha revogado as penas em «duas decisões surpreendentes».