Há dias assim. Em que tudo parece correr mal. Aos melhores como o Barcelona, dias desinspirados acontecem poucas vezes. Uma vez por outra, um dia menos bom ainda se entranha. Quando são dois, começam a soar os alarmes. Acontece que o Barcelona teve muitos dias maus nas últimas semanas e isso é uma completa anormalidade: um empate e três derrotas (consecutivas) nas últimas quatro jornadas para o campeonato, isto a somar a uma eliminação da Champions.

Os adeptos do Barcelona, já a prepararem-se para as celebrações tranquilas de mais um título espanhol, começaram a fazer contas à vida depois do burnout de MSN e companhia.

A partir de agora, a equipa culé está proibida de voltar a marcar passo e acertou-o ao fim de mais de um mês sem ganhar para o campeonato. No Riazor, frente ao Deportivo, tudo voltou à normalidade. O Barcelona venceu por 8-0 (!) e meteu gelo na esperança que criou nas aficiones dos rivais de Madrid.

FILME E FICHA DE JOGO

A meio da primeira parte, os catalães já tinham o jogo praticamente resolvido. Luis Suárez abriu a contagem aos 11 minutos num lance em que Suárez empurrou o ex-benfiquista Sidnei e, depois, só precisou de encostar para o primeiro do jogo.

O Deportivo reagiu ao golo sofrido mas foi incapaz de concretizar duas boas oportunidades criadas ainda antes de Luis Suárez bisar aos 24’. Carrossel do Barcelona a voltar a carburar. Assomo de tiki-taka desenhado por Iniesta e Messi e concretizado pela bota direita do avançado uruguaio.

Ao intervalo, o resultado traduzia a superioridade dos catalães no Riazor. Mais bola mas, acima de tudo, mais eficácia, isto sim uma novidade nos capítulos recentes da época blaugrana.

Na segunda parte, o Deportivo procurou ter mais bola e jogar com as linhas subidas, mas acabou por pagar cara a ousadia. Seguiu-se um festival de golos do Barcelona.

Sem marcação, Rakitic ampliou para 3-0 aos 47’ a passe de Suárez, que viria a marcar o terceiro e o quarto golos da conta pessoal aos 53’ e aos 64 minutos. Golos fáceis e praticamente sem qualquer tipo de resistências dos defesas do Depor.

Nesta quarta-feira, até deu para Messi marcar. O astro argentino apontou o 6-0 após nova assistência de Luis Suárez.

Escrevemos em cima sobre a passividade da linha mais recuada do conjunto galego. O 7.º golo do Barcelona ilustra-a na perfeição. O central Bartra ganha uma bola a meio-campo e arranca em direção à baliza contrária. Cerca de 50 metros com a bola controlada e sempre em linha reta até ficar isolado e atirar para mais um.

O regresso do Barça às noites de glória, às custas de um Depor demasiado débil, não terminaria sem mais um golo. Neymar a concluir mais uma cortesia de Suárez numa noite histórica para o avançado uruguaio. Quatro golos e três assistências, presença em sete de oito golos, o que faz do avançado o jogador com o melhor registo de influência num só jogo no século XXI. Conto de fadas para ele e para a afición culé; pesadelo para o Deportivo, que pagou com juros a fúria culé.

Havia necessidade, hombre?