Se há valores que falam – ou devem falar – (bem) mais alto que o futebol, a equipa espanhola Alma de África provou-o, no último fim-de-semana.

Os jogadores do clube de Jerez de la Frontera, composto por atletas de 12 nacionalidades distintas, entraram em campo, não com os respetivos nomes inscritos nas camisolas, mas com os insultos que lhes são dirigidos a cada jogo do campeonato da terceira divisão andaluza, da cidade de Cádiz.

«Escravo», «Negro», «Gorila», «Nigga», «Índio», «Ilegal», «Imigrante» ou «Sem papéis», foram alguns dos nomes estampados pelo plantel, no jogo do último domingo, que terminou com derrota frente ao Algaida, por 6-1.

Se no resultado houve derrota desportiva, os jogadores do Alma de África marcaram, por certo, um golo contra o racismo.

«Fizemo-lo para dizer a todo o mundo que não somos delinquentes. Somos pessoas, não magoamos ninguém. Contudo, ouvimos estes insultos, é algo que nós sofremos e que também os profissionais sofrem», referiu Eric Amang, defesa do Alma de África, ao jornal espanhol El País.